Sharon Stone revelou que vai ser lançada uma versão mais explícita de "Instinto Fatal" e não pode fazer nada para o impedir.
Em várias entrevistas ao longo dos anos, a atriz destacou que foi explorada durante a rodagem do filme que a tornou uma estrela, nomeadamente aquando da famosa cena do interrogatório na esquadra com o descruzar de pernas mais famoso da história do cinema, que se diz ser um dos momentos mais parados por controlo remoto.
Na sua versão, o realizador holandês Paul Verhoeven pediu-lhe para tirar a roupa interior porque brilhava muito e se refletia na câmara, prometendo que não se ia ver nada. Este, por sua vez, sempre disse que ela foi antecipadamente avisada e concordou porque era importante para mostrar o caráter livre e controlador da escritora Catherine Tramell, mas arrependeu-se após a reação negativa dos seus agentes nas sessões de teste e por recear o impacto negativo na carreira.
Também se sabe que o realizador gravou versões alternativas das cenas de sexo entre Stone e Michael Douglas por antecipar problemas de censura e que a versão do filme que chegou aos cinemas sofreu vários cortes para evitar ser classificado como pornografia pela Motion Picture Association, o que não impediu que se tornasse o mais polémico e debatido de 1992.
Numa entrevista ao programa "A Current Affair", transmitida esta segunda-feira à noite na Austrália, recordou-se essa cena como exemplo de exploração e manipulação no centro do movimento #MeToo.
Sharon Stone deu um longo suspiro e respondeu: "Acho que vem mais a caminho sobre isso, decidiram lançar a versão do realizador XXX [usado para designar pornografia] para o aniversário dos 30 anos".
"Sim, a sua cara ficou como a minha quando ouvi as notícias", acrescentou à entrevistadora Tracy Grimshaw.
Questionada se tinha poder para parar esse lançamento, a atriz respondeu que não: "Há novas regras do sindicato sobre isso que foram feitas e criadas, mas foi depois de eu, como uma jovem, ter feito este filme, portanto não se aplicam a mim."
Apesar da experiência, Stone garante que não tem qualquer arrependimento por ter feito o filme.
"Arrependimentos são como pe**** [flatulência], não se pode recuperá-los. Depois de saírem, cheiram mal e desaparecem", respondeu.
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