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De "Twilight" a "Divergente": Os sucessos e fracassos dos filmes para jovens adultos

L.S.
21 nov 2018 18:01
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Este artigo tem mais de 6 anos
Com o sucesso de "Twilight" há 10 anos, veio depois "Hunger Games" e o filão das histórias sobre e para jovens adultos. Vários fracassos e desilusões comerciais, incluindo "Divergente", acabaram por colocar em causa o que parecia um investimento seguro de Hollywood.
  • Com o sucesso de "Twilight" há 10 anos, veio depois "Hunger Games" e o filão das histórias sobre e para jovens adultos. Vários fracassos e desilusões comerciais, incluindo "Divergente", acabaram por colocar em causa o que parecia um investimento seguro de Hollywood.
  • Foi há 10 anos que tudo começou a sério com este sucesso baseado no primeiro livro de Stephenie Meyer: 192 milhões de dólares nos EUA e 201 no resto do mundo. Tudo com um investimento de 37. E o público jovem apaixonou-se pela história de Bella Swan (Kristen Stewart), que se muda com o seu pai para uma pequena cidade de Forks, onde conhece o misterioso e fascinante Edward Cullen (Robert Pattinson), um rapaz diferente de todos os que já encontrara e era afinal um vampiro que não envelhecia desde 1918.
  • A sequela foi um sucesso ainda maior: 297 milhões nos EUA e 413 a nível internacional. É o início do triângulo amoroso com Jacob Black, que trouxe muito sucesso a Taylor Lautner.
  • O terceiro filme mantém, mas já não aumenta, o público conquistado com "Lua Nova": 301 milhões nos EUA e 398 no resto do mundo.
  • Uma primeira tentativa de explorar o filão dos livros de jovens adultos com Alex Pettyfer e Dianna Agron. Foi um fracasso, deixando pelo caminho mais cinco livros (em breve seis): 55 milhões de receitas nos EUA e 95 no mercado internacional. Este era sobre adolescentes alienígenas que tentavam adaptar-se à escola na Terra depois do planeta onde viviam ter sido destruído por uma espécie inimiga. No entanto, rapidamente descobrem que por cá estão a ser perseguidos pela mesma espécie.
  • O início da moda de dividir o último livro e aumentar os lucros. Por esta altura a saga já tinha estagnado a nível de espectadores, o que não era relevante pois era um número gigantesco. As receitas chegaram aos 712 milhões de dólares a nível mundial.
  • "Twilight" estava a chegar ao fim e este foi o filme decisivo para os estúdios começarem a comprar os direitos de adaptação de tudo o que eram livros para jovens adultos: com um orçamento de 78 milhões de dólares, rendia 408 só nos EUA e mais 286 a nível internacional, fazendo de Jennifer Lawrence uma estrela. Num futuro não muito distante, os EUA sucumbiam a secas, guerras, fogos e fome, dando lugar a Panem, dividido em 12 estados. Para entretenimento das massas todos os anos se realizam os Jogos da Fome, onde dois representantes de cada estado lutam até à morte.
  • A segunda parte de despedida rendeu 292 milhões nos EUA (a primeira tinha feito 281) e 537 no resto do mundo (subindo de 431). A divisão do último livro revelara-se uma grande jogada, tal como aconteceu, para outro público, com "Harry Potter".
  • Dois apaixonados, Ethan (Alden Ehrenreich), um jovem desejoso de sair da sua pequena cidade, e Lena (Alice Englert), uma misteriosa rapariga recém chegada à cidade. Juntos, descobriam segredos sobre as suas famílias, a sua história e sua cidade. Foi um gigantesco fracasso comercial, caindo os planos para filmar os outros três livros de Kami Garcia e Margaret Stohl.
  • Outro grande fracasso comercial que levou a que os outros cinco livros de Cassandra Clare ficassem pelo caminho. Numa Nova Iorque contemporânea, Clary Fray (Lily Collins), descobre que é descendente dos Caçadores de Sombras, um grupo secreto de jovens guerreiros semi-anjos, envolvidos numa antiga batalha para proteger o nosso mundo dos demónios. Após o desaparecimento da sua mãe, Clary é forçada a unir-se a um grupo de Caçadores de Sombras, que lhe apresentam uma Nova Iorque perigosa e alternativa repleta de demónios e outras criaturas mortíferas.
  • A saga torna-se um fenómeno global: aquele que é considerado o melhor dos quatro filmes consolida o público nos EUA (as receitas passam de 408 para quase 425) e aumenta o impacto no resto do mundo (286 para 440).
  • Apesar de ter custado uns modestos 40 milhões de dólares, a adaptação de mais um livro de Stephenie Meyer não repetiu o sucesso de "Crepúsculo", mesmo servido pelo talento de Saoirse Ronan. Trata-se de uma história passada no futuro, quando a terra é ocupada por uma espécie que apaga a memória dos seus hospedeiros humanos, deixando os corpos intactos. Meyer disse em 2009 que tencionava escrever mais dois livros, o que até agora não aconteceu.
  • Outro fracasso comercial, mas mais brutal pois custou 110 milhões e só fez 126 em todo o mundo, quando precisava pelo menos de 330 para pagar todas as despesas. Pelo caminho ficaram "Speaker for the Dead" e outros dois livros de Orson Scott Card. Num futuro próximo, uma raça alienígena hostil atacou a Terra e o coronel Graff (Harrison Ford) e outros militares decidem treinar os jovens mais promissores: um deles será. Ender Wiggin (Asa Butterfield), um rapaz tímido, mas brilhante em estratégia militar.
  • O primeiro da despedida da saga continua a ser um sucesso, mas é o primeiro sinal que o público começa a desconfiar do "um que passa a 2". Mais mal recebido do que "Em Chamas", as receitas descem tanto nos EUA como no resto do mundo: de 865 milhões de dólares para 755.
  • O orçamento para este filme nunca foi divulgado, mas não é difícil de imaginar que tenha dado prejuízo: só fez 15 milhões de dólares... em todo o mundo. Naturalmente que Hollywood se desinteressou pelos outros cinco livros sobre as adolescentes Moroi da Academia de St. Vladamir, em permanente confronto com os Strigoi, uma raça de vampiros impiedosos.
  • Desesperado por encontrar o sucessor de "Twilight" e "Hunger Games", o estúdio Lionsgate/Summit avança para as obras de Veronica Roth, anunciando que vai levar ao cinema toda a trilogia sobre Beatrice Prior (Shailene Woodley), uma adolescente com uma mente especial que não encaixa em nenhuma das fações em que vive a sua sociedade. O primeiro filme custa 85 milhões e só rende 151 nos EUA, mas as receitas internacionais (138) mais do que justificaram a sequela que já estava em preparação.
  • Levar ao cinema o romance de Lois Lowry de 1993 era uma ambição de Jeff Bridges, que já depois da estreia reconheceu alguma frustração com os compromissos que teve de aceitar. Com Brenton Thwaites e ainda Meryl Streep e apesar de só ter custado 25 milhões, as receitas mundias de 67 milhões confirmaram a falta de entusiasmo dos espectadores. Não há planos para adaptar os outros três livros. Tudo se passa num mundo sem cor mas aparentemente perfeito onde Jonas descobre verdades sinistras e mortais do passado.
  • Com o filão a dar sinais de esgotamento, a adaptação do primeiro de uma trilogia de James Dashner que começa num cenário pós-apocalítico onde uma comunidade de rapazes descobre que estão presos num labirinto misterioso, foi uma aposta arriscada do estúdio Fox. No entanto, o investimento de apenas 34 milhões de dólares rendeu 102 nos EUA e, ainda mais relevante, 246 no tão importante mercado internacional. A sequela foi logo aprovada.
  • Um ano após o sucesso moderado de "Divergente" chegou a sequela, que obteve menos sucesso nos EUA (desceu de 150 milhões para 130), mas correu melhor fora de fronteiras (passou de 138 para 167). O problema é que o orçamento também aumentou de 85 para 110 e foi necessário esperar pelo 'home cinema' para se chegar ao lucro.
  • Uma sequela a perder gás: saídos do labirinto, o orçamento passou de 34 para 61 milhões, mas as receitas desceram ligeiramente nos EUA e no resto do mundo: de 348 para 312. Já está a decorrer a rodagem do último livro, "The Death Cure"... que não vai ser dividido em dois filmes.
  • Dividir o último livro em dois filmes por razões comerciais (por muito que se argumente com a densidade da história) acabou por ser castigado pelo público: a despedida obteve receitas de 653 milhões, quando a primeira parte chegou aos 755. E ambos ficaram muito longe dos 865 de "Em Chamas". Mas com milhões desta dimensão, houve muito lucro para o estúdio.
  • A expetativa era que o romance de Rick Yancey centrado numa jovem enfrenta a quinta de uma série de vagas de grande impacto destrutivo que assolaram a Terra fizesse pelos extraterrestres o mesmo que "Twilight" pelos vampiros. Mas as críticas foram más e o resultado um fracasso comercial: custou 38 milhões e nos EUA as receitas ficaram pelos 34. E as internacionais também ficaram longe de entusiasmar: 72. Não foram anunciados planos para levar ao grande ecrã os outros dois livros.
  • Os resultados desoladores levaram ao cancelamento da conclusão da saga no cinema. A continuação com uma série de TV acabou por não se concretizar e deixou a história em suspenso. O que vale é que existe o livro...
 
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