Em maio deste ano, Travis Scott anunciou a etapa europeia da digressão “UTOPIA - Circus Maximus” e os concertos rapidamente esgotaram - do Reino Unido,  a Portugal, passando pela Polónia, Suíça, França, Bélgica, Itália, República Checa e Espanha, foram anunciadas novas datas, com Lisboa a ser a única cidade a receber o rapper norte-americano em três noites consecutivas. 

A par da "The Eras Tour", de Taylor Swift, os concertos de Travis Scott têm sido os maiores acontecimentos do verão em toda a Europa. Além de bater recordes (em Itália, o artista vendeu mais de 200 mil bilhetes), a nova digressão tem sido aclamada pela imprensa e, especialmente, pelos fãs.

Considerado uma das grandes estrelas do momento e apelidado como o herdeiro de Kanye West e Drake, Travis Scott, ao contrário do habitual, anunciou os concertos apenas três meses antes e a corrida desenfreada aos bilhetes só aumentou as expectativas. Os milhares de vídeos partilhados nas redes sociais também ajudaram.

Esta sexta-feira, dia 2 de agosto, foi a vez dos fãs portugueses verem ao vivo e a cores tudo o que inundou o TikTok nas últimas semanas. O mote da digressão de Scott, que nasceu em 1991 em Houston com o nome de Jacques Bermon Webster II, é o seu quarto álbum de estúdio, “Utopia”, editado em 2023. 

Ao entrar no MEO Arena, os fãs deram de cara e ficaram surpreendidos com o majestoso palco - chamar palco é redutor; é uma gigantesca estrutura com altos e baixos, como uma grande montanha com pedras gigantes espalhadas pelo corredor central. Pelo meio, colunas de fogo, fumo e luzes e, no fundo, um ecrã gigante.

Antes do arranque do concerto, os espectadores não escondiam a ansiedade e entusiasmo. Estavam prontos para uma explosão de energia - em 2023, em Milão, os saltos de 60 mil pessoas provocaram um sismo de 1.3 na escala de Richter. Em Lisboa, se a terra não tremeu, foi por pouco.

Young Lean,  rapper, cantor, compositor e produtor sueco, teve a missão de animar a multidão antes da chegada da estrela da noite. Ao som das canções do artista, o público foi organizando rodas-punk com piruetas pelo meio.

Pouco depois das 21h40, fez-se silêncio por breves segundos no MEO Arena. Ao entrar em palco, Travis Scott foi recebido com gritos que se fizeram ouvir com considerável eco. Logo no arranque, os fãs tiraram as camisolas - já estavam a antever uma noite de muito calor.

Para o arranque do concerto, tal como tem acontecido em toda a digressão, o rapper escolheu “Hyaena”, “Thank God” e “Modern Jam”, temas que abrem o disco “Utopia”. Os primeiros dez minutos foram só uma amostra do que viria a ser a noite tumultuosa.

Veja no vídeos os melhores momentos:

O alinhamento dos concertos conta, em média, três dezenas de canções - há umas que são apresentadas a correr, outras que entram e saem da lista. Mas, para os fãs, tudo está sempre perfeito. Seguiram-se "Aye", "Sdp Interlude", "Backr00ms", "Type Shit", "Nightcrawler" e "Sirens".

A forma como Travis Scott domina a multidão é surpreendente. Ninguém fica de fora da festa e todos os espectadores se entregam com total devoção, o que ficou ainda mais evidente quando o rapper chamou quatro a palco.

A atmosfera criada pelo fogo, fumo e jogos de luzes, transforma o concerto em algo único e diferente para todos - é uma rebelião coletiva - houve um mosh novo a cada canção, corridas, t-shirts no ar e muito suor. Ali, ninguém pensou no passado nem no futuro, só interessou o presente.

As canções de “Utopia” foram as mais celebradas, mas o rapper também trouxe êxitos dos seus primeiros álbuns, como “Nightcrawler”, “Mamacita”, “Upper Echelon”, “Antidote e "Goosebumps”. Foi uma grande celebração coletiva e todas as palavras são poucas para descrever os sentimentos da multidão.

A revisão da matéria de toda a sua carreira contou ainda com temas como “90210” e “BUTTERFLY EFFECT”, que garantiu um dos momentos altos da noite, com uma explosão de pirotecnia que fez tremer a arena. Os decibéis voltaram depois a ultrapassar os limites em “FE!N”, uma das canções mais populares do rapper e que mereceu várias repetições.

Depois de quase duas horas de concerto, o fim chegou ao som de “TELEKINESIS”. A multidão celebrou com o rapper e não acusou sinais de cansaço - o concerto poderia recomeçar e a euforia iria ser a mesma.

Há dois mil anos, Circus Maximus (nome da digressão) era a maior arena do Império Romano. O MEO Arena, em Lisboa, não é a maior sala do mundo, mas Travis Scott fê-la parecer gigantesca. E o que se viveu ali não foi uma utopia para os fãs - os grandes protagonistas da noite -, foi uma colossal celebração da música do rapper.

Travis Scott volta a subir ao palco do MEO Arena, em Lisboa, este sábado, dia 3 de agosto. No domingo, 4, repete a festa e despede-se da Europa.

ALINHAMENTO - TRAVIS SCOTT

PARTE I

Hyaena
Thank God
Modern Jam
Aye [Lil Uzi Vert]
sdp interlude
Backr00ms [Playboi Carti]
Type Shit [Future & Metro Boomin]
Nightcrawler

PARTE II

Sirens
Upper Echelon
Praise God [Kanye West]
God's Country
My Eyes
Butterfly Effect
Highest In The Room
Mamacita
Circus Maximus

PARTE III

I Know?
90210
Meltdown
Topia Twins
No Bystanders
FE!N
FE!N
FE!N
FE!N
FE!N
FE!N
Sicko Mode
Antidote
Goosebumps
Telekinesis