![Artistas homenageiam Elvis Presley em tributo «raro em Portugal»](/assets/img/blank.png)
Evocando o 79.º aniversário do chamado "Rei do Rock'Roll", o encontro deverá reunir em Oliveira de Azeméis mais de 100 pessoas para um espetáculo que, segundo declararam à Lusa os dois artistas de tributo a Elvis, é frequente na oferta cultural de outros países, mas em Portugal está praticamente limitado a festas privadas e palcos de hotéis. "Lá fora as pessoas são mais apaixonadas pelo Elvis do que nós pela Amália", garante António Carlos Coimbra, que concilia a vida de empresário do ramo musical com as atuações "presleyanas" em hotéis e eventos privados. "Aqui as pessoas quase nem sabem que há espetáculos destes disponíveis", acrescenta Francisco Peças, que só se especializou na interpretação de Elvis em 2008, mas também combina a gerência de um estabelecimento de restauração com o mesmo tipo de concertos.
Em comum, os dois portugueses têm a devoção a um artista que consideram "intemporal" e em cujas interpretações já conseguiram distinguir-se: Francisco venceu em 2008 um programa televisivo nacional dedicado a Elvis e António Carlos ganhou o prémio de "Melhor Apresentação " num concurso do Hilton de Las Vegas.
Para Francisco Peças, o fascínio geral pelo "Rei" deve-se ao seu "enorme talento", à sua presença em palco e também à sua "grande humildade". Diz que "não é à toa que muitos dos grandes artistas de hoje se inspiraram nele ou que grupos como os U2 e os Rolling Stones gravaram nos mesmos estúdios onde ele gravou".
Já António Carlos Coimbra realça que Presley "foi um bom rebelde, inovou com a sua música, rodeou-se sempre dos melhores músicos e compositores, tinha uma forma única de se apresentar em palco e soube reinventar-se constantemente ao longo dos anos 1950, 1960 e 1970". Não será por acaso, afinal, que ainda hoje continua a ter mercado. "Tudo o que se relaciona com o Elvis vende, há sempre artistas novos a fazerem versões das suas músicas e por alguma razão ele tem mais sucesso do que a maioria dos artistas vivos", observa.
Apesar desse reconhecimento pelo estilo próprio do músico e ator norte-americano, os dois portugueses que lhe prestam tributo fazem questão de realçar que não são imitadores do "Rei". Ensaiam principalmente para manter memorizadas as letras das canções e nos seus espetáculos evitam copiar-lhe os gestos e os passos de dança. "Isso era cair no ridículo", alega Fernando Peças. "Elvis só houve um e o que nós fazemos em palco é homenageá-lo, recordá-lo, demonstrar-lhe o nosso carinho e ajudar a mantê-lo vivo", esclarece.
Concordando que os maiores cuidados na sua recriação física são realmente os que se prendem com o vestuário, o cabelo "à Elvis" e as suíças compridas na barba, António Carlos Coimbra defende que as emoções acabam por ser o que mais pesa em cada um desses concertos. "Há pessoas que nem são assim tão fascinadas pelo Elvis e num espetáculo destes acabam a chorar", explica o cantor, que acredita ter uma voz "naturalmente parecida" com a de Presley. "Para essas pessoas, ouvi-lo ali é voltar atrás no tempo. É regressar aos dias e aos sítios onde ouviram e dançaram Elvis na sua juventude e essas são quase sempre memórias boas e felizes", conclui.
Mais detalhes sobre o almoço-convívio de homenagem a Elvis Presley em Oliveira de Azeméis podem consultar-se em www.elvis100percent.com.
@Lusa
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