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Tinha quinze anos quando pisou no Café Luso pela primeira vez. Já cantava, mas foi naquele momento que Marco Rodrigues descobriu o fado, ao qual se confessa rendido até hoje.

Parte de um antigo convento que resistiu ao terramoto de 1755, o Café Luso surpreende, à primeira vista, pela sua decoração cuidada, pelo aprumo dos empregados que deslizam entre as mesas e pelos pratos do chef Alex que provam que os olhos também comem. Mas entre os arcos deste espaço centenário, há um segredo que vale a pena conhecer: é depois de os turistas abandonarem o espaço que a magia acontece.

O Café Luso divide a noite em duas partes distintas. Na primeira, desenhada para os grupos de turistas que recebem todas as noites, os fadistas partilham o palco com números de folclore que dão a conhecer um pouco mais do país.

No entanto, é só depois dos jantares servidos e destes grupos abandonarem o restaurante que o Luso se transforma numa casa intimista onde se apagam as luzes e se exige silêncio para que o fado tenha lugar.
É nesse momento, longe do palco, entre as mesas dos convivas, que de forma tradicional se ouvem fadistas da nova geração e fadistas consagrados a interpretar as algumas das mais belas canções da cidade de Lisboa.

@Gonçalo Sá e Inês Alves