Garda era a estrela maior da música angolana na segunda metade do século do século XX mas o primeiro disco, homónimo, da artista tem data de edição marcada apenas para 14 de Fevereiro.

O público que tem Garda na memória pertence às grandes famílias portuguesas, que conviveram com ela em Angola, nos anos 50 e 60, e em Portugal, no início dos anos 70.

A cantora angolana abrilhantou as grandes festas da época e foi convidada para animar o baile de debutantes da família Espírito Santo, em Lisboa.

Nessa altura, em 1957, depois de aparições na televisão e no Casino Estoril, gravou com a sua banda um single nos estúdios Valentim de Carvalho, «Maria Candimba», cujo tema seria mais tarde popularizado pelo Duo Ouro Negro.

Insatisfeita com os resultados do disco, não enviou uma foto sua à editora, que o editou na mesma mas usando uma imagem de outra mulher. Em 1958, «Maria Candimba» seria o primeiro vinil a chegar a Angola.

Quase 50 anos depois, após muitas peripécias, Francisco Vasconcelos apostou no convite a músicos de uma geração diferente de Garda para dar novas roupagens às suas composições e o resultado pode ouvir-se naquele que, aos 80 anos, é o seu álbum de estreia.