O álbum que assinalou a colaboração entre dois dos nomes mais emblemáticos da música portuguesa já subiu aos palcos - ou mais precisamente ao do Auditório Municipal de Vila Nova de Cerveira, em finais de agosto. Mas, para todos os efeitos, a apresentação oficial dodisco está agendada para este sábado, no Centro Cultural de Belém.

Nem de propósito, a data escolhida foi mesmo a do Dia Mundial da Música. "Foi uma feliz coincidência, uma coincidência lindíssima, embora para nós o Dia Mundial da Música seja todos os dias", conta Carlos do Carmo.

"Será com certeza uma partilha muito forte com o público e um momento muito interessante", realça Bernardo Sassetti, que aproveita para elogiar o "repertório imortal" que abordou no disco e levará a palco - seleção que inclui clássicos de Léo Ferré, José Afonso, Jacques Brel, Sérgio Godinho ou Rui Veloso, entre outros.

"Neste momento, acho que posso dizer que conheço aquelas canções como se tivessem sido compostas por mim. E o Carlos conhece-as como se tivessem sido compostas para ele cantar", explica o pianista.
Essa proximidade permite, de resto, que a dupla não tenha voltado a essas canções nos ensaios para os espetáculos.
"Ensaiamos as surpresas, isso sim. As canções, não", desvenda Carlos do Carmo. "A abordagem é mental, completamente mental... como foi a gravação. Estamos centrados nas canções. Não pensamos que podíamos ter feito esta ou outra canção de uma forma ou de outra. Se calhar pensamos e fazemos isso na altura, no palco... ou não. Tem-me acontecido adormecer e acordar a cantá-las mentalmente, mesmo sem saber as letras de cor, porque leio parte delas... o que também acaba por ser uma forma de ensaio, mas individual", sublinha o fadista.

"As canções estão totalmente em aberto. Começamos e desenvolvemo-las ao longo do concerto. É muito fácil voltar a entrar nelas construindo sobre aquilo que foi feito. Existe uma respiração muito própria à qual dou o maior valor possível", acrescenta Sassetti.

A (re)descoberta destas canções - e de mais algumas em preparação - faz-se a 1 de outubro no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, pelas 21 horas, e uma semana depois, a 7 de outubro, na Casa da Música, no Porto, a partir das 22 horas.

Entrevista @Gonçalo Sá/ Foto @Rita Carmo