A primeira canção, “Lágrimas do Céu”, do seu novo álbum, “Alma”, foio pretexto para os primeiros aplausos que se fizeram sentir. A fadista, que irradiava felicidade e satisfação por pisar aquele palco, mostrou-se também ela emocionada e confessou-se a uma plateia rendida. Nas palavras da própria, o Coliseu do Porto é “uma sala muito especial”, pelo que aquela era, sem dúvida, “uma noite tão sonhada, tão esperada”.

Já muito perto de a fazerem subir ao palco para o primeiro de três encores, Carminho, emocionada ,aproveita para enaltecer todos os que contribuíram para a sua passagem pelo Coliseu, que a conduziram até lá, estendendo os agradecimentos aos músicos que a acompanham e à sua família. Referencioua sua mãe, mencionando o facto de ter sido esta a dar-lhe a conhecer “Senhora da Nazaré”, que,segundo a própria, foi uma verdadeira passagem de testemunho entre duas gerações. Pouco depois, a mãe da fadista subia ao palco, para mãe e filha protagonizarem, num momento arrepiante de partilha, "Cansaço", que encheu os corações do público.

“Marcha de Alfama” preenchia, pouco depois, uma sala, em que as palmas não se limitaram a acompanhar a voz da fadista, envolvendo-se com esta, criando um uníssono de magia e melodia.

Um concerto com duração de duas horas, em que a fadista não se cingiu apenas às suas músicas , cantando também “Saudades do Brasil em Portugal”, de Vinicius de Moraes, “Bom Dia Amor”, ”Alfama”, “Zanguei-me com o meu amor” e “Meu Amor Marinheiro”.

O fado nunca esteve tão moderno. Carminho encanta. Reinventa a entidade portuguesa com um charme e uma juventude muito próprias.

Texto: Isabel Fernandes

Fotografias: Anais F.Afonso