![Coliseu celebra Komba dos Buraka Som Sistema](/assets/img/blank.png)
Passavam quinze minutos das dez da noite quando os Buraka subiram ao palco do Coliseu. «Hangover», um dos temas que faz parte do novo disco, abriu aquele que seria um notável concerto de duas horas.
Assim que se começaram a ouvir as primeiras notas ninguém conseguiu ficar quieto. Com Riot e Fred a ditar o ritmo nas baterias e J-Wow a dar largas à sua criatividade na mesa de mistura, o público dançou e cantou do primeiro ao último minuto sob o comando de Blaya, Condutor e Kalaf. Apesar de não se terem vendidos todos os bilhetes, os Buraka pareciam tocar para uma sala cheia.
Sem que pausa houvesse, a banda começou a tocar «Lol & Pop», outro tema inédito onde a voz doce de Blaya está em destaque. A vocalista apresentou-se no Coliseu com maquilhagem fluorescente, tornando-se o centro das atenções nos primeiros momentos.
Procurando criar algum equilíbrio, e tendo em conta que não podiam passar ao lado dos temas que os colocaram nos tops nacionais e internacionais, os Buraka decidiram presentar os fãs com um clássico: «Sound of kuduro», um tema do disco «Black Diamond».
«Demos o nome de «Komba» a este disco porque é uma celebração da vida», explicou Kalaf, segundos antes de tocar o tema que dá nome ao novo álbum. Komba é uma festa africana que se dá depois da morte de alguém. O objetivo não é chorar o falecido, mas antes celebrar a plenitude da sua vida.
Apesar deste álbum ter uma sonoridade mais negra, a verdade é que os Buraka não podiam estar mais vivos. A prova disso foi a forma incrível como conseguiram que as músicas do álbum resultassem ao vivo.
O álbum «Komba» foi lançado há pouco mais de três semanas em todo o mundo, mas os fãs já se mostram completamente rendidos a «We stay up all night», o novo single do disco.
As grandes surpresas da noite surgiram na segunda metade do concerto. Quando «Voodoo Love» começou a tocar ninguém esperava que Sara Tavares se juntasse aos Buraka. Com a sua voz inconfundível, Sara interpretou uma música que se distingue das restantes pela sua sonoridade house com influências africanas.
Ainda o publico não se tinha refeito da supresa e Pongo Love subia ao palco para cantar «Kalemba(Wegue Wegue)», um dos temas mais conhecidos do coletivo português. Apesar de estarem há mais de uma hora a dançar, os fãs não mostraram qualquer sinal de cansaço, reagindo efusivamente assim que reconheceram os primeiros acordes.
Estes foram os dois momentos altos da noite.
Como já tem sido hábito da banda, os Buraka convidaram vinte meninas a subir ao palco e a dançar com eles. Depois choveram confetis e t-shirts, um pré anúncio do fim.
Sem as grandes preocupações cénicas que caracterizam os grandes espetáculos, os Buraka limitaram-se a fazer aquilo que melhor sabem: boa música e uma festa memorável!
@Edson Vital e Inês Alves
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