O título do álbum é uma referência directa à primeira banda de Plant com John Bonham, entre 1967 e 1968, antes de se juntarem a Jimmy Page e John Paul Jones para formarem os Led Zeppelin.
«Angel Dance» é o tema de abertura de «Band of Joy», uma canção onde o blues norte-americano e a folk britânica se fundem num eco nostálgico dos anos sessenta. A voz de Plant conta histórias de uma dança eterna a decorrer entre o Sol e a Lua, sempre com a esperança do amanhecer depois das trevas nocturnas.
Em «House of Cards», a sonoridade country vai-se desenvolvendo num lamento acompanhado por um banjo, que se vai transmutando num rugido de regeneração. Plant murmura a intenção de deitar a baixo uma casa de cartas como forma de libertação suprema.
Apesar de se tratar de um álbum a solo, as canções são maioritariamente interpretações de outros compositores. As versões de «Monkey» e «Silver Rider», dos Low, sofrem uma transformação alquímica com o toque de Midas da voz de Plant. As texturas envolventes e misteriosas de «Monkey» revelam uma dinâmica sedutora no dueto com Patty Griffin.
O lamento de Robert Plant em «Satan Your Kingdom Must Come Down» é um arrepiante mergulho nos blues e no gospel norte-americano, onde o músico britânico reflecte sobre a redenção e o exorcismo de infernos interiores.
Também disponível no Music Box, «Band of Joy» é, antes de tudo, um manifesto à «canção viva», no sentido em que o seu poder está assente nas interpretações dos músicos enquanto banda e não num processo castrador de composição. Robert Plant viaja neste disco aos tempos pré-Led Zeppelin, onde a música vivia, e nascia acima de tudo, das performances dos músicos em palco e não na artificialidade dos estúdios.
Videoclip de "Angel Dance":
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