O primeiro álbum desta série inclui, entre outros, o primeiro grande êxito do fadista, "Bairro Alto", e ainda temas que perduram como "Vim para o fado e fiquei", "Não se morre de saudade","Já me deixou" e a recriação de "Gaivota", do repertório de Amália Rodrigues.

Neste álbum, o fadista é acompanhado pela orquestra de Jorge Costa Pinto, que também assina as orquestrações e pelos músicos José Fontes Rocha, José Carvalhinho e António Chaínho, na guitarra portuguesa, José Maria Nóbrega e Raul Silva na viola.

Filho da fadista Lucília do Carmo, Carlos do Carmo, 73 anos, gravou o primeiro disco, um EP, em 1963, com o quarteto de Mário Simões.

Esta série celebrativa reúne 16 CD, que totalizam 177 temas de autores como Frederico de Brito, José Carlos Ary dos Santos, Alexandre O'Neil, Artur Ribeiro, António Botto, Mário de Sá-Carneiro, ou contemporâneos como Mascarenhas Barreto, Nuno Júdice, Alexandre Pomar, João Monge, Maria Manuela Mota ou Maria do Rosário Pedreira, além dos fados do repertório tradicional que interpreta como o Fado Cravo, de Alfredo Marceneiro, Fado Vitória, de Joaquim Pimentel, ou Fado Mayer, de Armandinho.

Entre os compositores, refiram-se os nomes de Paulo de Carvalho, Fernando Guerra, Fernando Tordo, Joaquim Luís Gomes, Martinho D'Assunção, e José Luís Tinoco que compôs um álbum inteiro para o intérprete, "Margens" (1996).

A discografia editada integra o álbum "Uma canção para a Europa", de 1976, quando Carlos do Carmo foi o intérprete escolhido para representar Portugal no concurso da Eurovisão, tendo sujeitado à votação dez canções, das quais saiu vencedora "Uma flor de verde pino", de Manuel Alegre e José Niza. Deste CD fazem também parte "Estrela da tarde", "Os lobos e ninguém", "Maria Criada, Maria Senhora", "No teu poema" e "Lisboa menina e moça".

O álbum com o maior número de temas gravados é "Um homem no país", de 1983, com 13 temas, 12 dos quais de autoria de Ary dos Santos, sendo a exceção "Fado Ultramar", de José Mário Branco e Ivan Lins. Este álbum fez parte de um projeto do fadista com Ary dos Santos, iniciado em 1977 com a edição de "Um homem na cidade", um dos seus álbuns mais aclamados pela crítica e um dos mais vendidos da carreira do fadista.

"Um homem na cidade" integra 12 temas, todos escritos por Ary dos Santos, entre eles, "O cacilheiro" e "O homem das castanhas", ambos com música de Paulo de Carvalho, "Fado varina", com música de Moniz Pereira, que compôs também para a sua mãe, "Fado dos azulejos" e "Balada para uma velhinha", os dois com música de Martinho d'Assunção, e "O amarelo da Carris", musicado por José Luís Tinoco.

A discografia agora reeditada permite revisitar alguns temas da carreira de Carlos Carmo como "Canoas do Tejo" e "Fado dos Sonhos", de 1972, "Por morrer uma andorinha", "Fica-te mesmo a matar", "Aquela Feia", "Há festa na Mouraria", "Dá tempo ao tempo", "Rua do desencanto", todos de 1973, "Duas lágrimas de orvalho", de 1978, o tema de Jacques Brel, "La valse a mille temps", gravado em 1980, "Aprendamos o rito", "Menor-Maior", "À memória de Anarda", "Elegia do amor", de 1986, e "Zé do Bote", "Alfabeto fadista" e "Olhos garotos", de 1990.

@Lusa