Os concertos serão interpretados por quase meia centena de professores e alunos do Orfeão de Leiria e têm início no domingo, constituindo uma oportunidade para ouvir músicas raramente tocadas em Portugal, sublinha o presidente do conservatório.
"Temos um conjunto de professores e alunos muito empenhados, que estão a preparar estes concertos. Não serão concertos grandiosos, mas terão muita qualidade e vão mostrar o cancioneiro e tradição da música hebraica, que não estamos habituados a ouvir", explica Acácio de Sousa.
Através destes concertos, o Orfeão pretende "participar na vivificação da memória judaica na cidade", explica o presidente da instituição. Leiria integra a Rede de Judiarias e numa igreja do centro histórico construída sobre a antiga sinagoga será instalado o Centro de Diálogo Intercultural.
A música pode ter uma função especial nesse esforço de "reavivar a judiaria de Leiria e lembrar nomes ilustres que passaram por aqui e que muito contribuíram para o enriquecimento cultural e económico desta terra".
Nos últimos meses, os professores e alunos têm trabalhado um reportório diferente do habitual, especialmente para este ciclo de concertos.
Sónia Leitão, diretora pedagógica do Orfeão, lembra que nunca tinha sido tocado nada especificamente judaico no conservatório. "É um desafio que estamos a agarrar com entusiasmo. São obras tradicionais e eruditas e há músicas bastantes populares. As pessoas vão gostar de ouvir. E nós de as tocar".
O concerto de estreia é no domingo, no Centro Cívico de Leiria, pelo Ensemble de Flautas.
Dia 22 de fevereiro há dueto de percussão e clarinete, por António Casal e Luís Casalinho, no edifício do Orfeão Velho.
A Orquestra Luís de Freitas Branco toca no patim da Igreja da Misericórdia, a 22 de março, enquanto a 26 de abril o Ensemble de Guitarras apresenta-se no Moinho do Papel.
Dia 21 de junho, o ciclo encerra com concerto na Praça Rodrigues Lobo, juntando um grupo do Orfeão de Leiria e um grupo israelita convidado.
@Lusa
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