“A filarmónica foi reativada há cerca de um ano. Um grupo de pessoas da Matriz, aqui da Ribeira Grande, em que me incluo, reativou a Banda Triunfo, que esteve fechada cerca de sete anos”, afirmou à Lusa Paulo Garcia, presidente da direção da filarmónica, sediada na cidade da Ribeira Grande, na costa norte da ilha de São Miguel.

Portugal comemora este ano, pela primeira vez, o Dia Nacional das Bandas Filarmónicas a 1 de setembro, uma data instituída em reconhecimento do trabalho que desenvolvem em favor da sociedade e da cultura. Nos Açores há mais de uma centena de filarmónicas espalhadas pelas nove ilhas, que mantêm viva uma tradição e proporcionam aos mais jovens a possibilidade de frequentar escolas de música.

Paulo Garcia adiantou que, entre os cerca de 40 elementos da Triunfo, 30 são músicos mais antigos e os restantes são crianças e jovens, que aprenderam a tocar na escola de música que a filarmónica abriu em 2012.

“Há uma curiosidade bastante interessante, porque há casais na banda. Há situações em que há o marido, a esposa e os próprios filhos que tocam na banda filarmónica. Isso cria uma dinâmica forte nas filarmónicas”, disse Paulo Garcia, assegurando que “há uma grande vontade das pessoas mais novas integrarem a filarmónica”, que ensaia duas vezes por semana em horário pós-laboral.

Com apoios pontuais das autarquias e do Governo Regional para compra ou reparação de instrumentos e fardas, as filarmónicas açorianas vão-se mantendo em atividade muito à custa do esforço e dedicação dos músicos e respetivas direções.

A Filarmónica Triunfo, da Ribeira Grande, sobrevive das quotas anuais dos 200 sócios, dos apoios institucionais e dos emigrantes espalhados pelos EUA e Canadá, que, segundo Paulo Garcia, têm contribuído “não só com dinheiro, mas também com envio de instrumentos”.

As bandas filarmónicas dos Açores tocam nas festas de freguesias, nas coroações do Espírito Santo ou em concertos, orgulhando-se de manter viva uma tradição e de serem polos de dinamização cultural.

Paulo Garcia disse que na Filarmónica Triunfo o músico mais novo tem seis anos e toca caixa e o mais velho, com 72 anos, toca trompete, havendo entre todos um “grande orgulho” em pertencer a esta banda, que tem fardamento cinza e branco e que vai assinalar pela primeira vez o Dia Nacional das Bandas Filarmónicas.

“Nós vamos assinalar essa data com uma presença na procissão aqui nas festas do Sagrado Coração de Jesus, da Matriz da Ribeira Grande e, na terça-feira, vamos dar um concerto, no Largo da Cascata, a partir das 22:00”, revelou o presidente da direção.

@Lusa