«First Falls» surge de uma «necessidade artística enquanto compositor e pianista» que levou o Filipe a convidar alguns colegas e a gravar o disco sem sequer ter uma editora que suportasse os custos de produção. Só mais tarde, a Orfeu mostrou interesse em editar o álbum.
Tal como em projetos anteriores, nos 12 temas que compõe o álbum, há um «nível de entrega artística intensa» onde se pode encontrar aquilo que Filipe considera ser o seu «ADN musical».
O nome deste álbum, que em português significa 'primeiras chuvas', longe de ser uma escolha aleatória encerra em si, segundo o pianista, «uma poética interessantíssima».
«As primeiras chuvas, que só podem acontecer depois de todo um processo de evaporação/condensação que finalmente se efetiva em chuva, servem na perfeição para descrever aquilo que considero ser o processo criativo”, conta o pianista, acrescentando ainda que «as chuvas que agora caem, são fruto deste amadurecimento artístico que demora tempo».
O primeiro contacto de Filipe Raposo com o universo da música aconteceu muito cedo e apesar de ter sido uma experiência «mais sensorial que musical», foi, como o próprio assume, fundamental para despertar a sua «curiosidade artística».
«A minha primeira memória musical, surgiu aos 3 anos num piano muito antigo que os meus avós tinham em casa», contou Filipe ao SAPO Música.
Já com 12 anos começou a aprender piano e, mais tarde, a entrada no Conservatório Nacional de Lisboa surgiu-lhe como uma «consequência óbvia».
Escolher a música como profissão permitiu a Filipe trabalhar com cantautores como como José Mário Branco, Amélia Muge, Fausto, Janita Salomé ou Vitorino que, como o próprio assume, «acabaram por deixar marcas musicais e poéticas fortíssimas».
Antes de gravar «First Falls», o reconhecimento do seu trabalho levou a que fosse convidado pela Cinemateca Portuguesa para visionar e acompanhar, ao piano, os clássicos do cinema mudo.
No próximo sábado, Filipe Raposo sobe ao palco da Culturgest, com Carlos Bica (contrabaixo), Yuri Daniel (baixo fretless), Vicky Marques (bateria), Carlos Miguel (bateria) e Hugo Fernandes (violoncelo) para apresentar este disco.
O pianista revelou também ao SAPO que «para além da presença dos dois trios que gravaram o disco, está preparado, em parceria com o realizador Nuno Bouça, uma série de pequenas curtas, que contribuem para a ilustração e perceção do disco e que irão ser projetadas no concerto».
Olhando para o horizonte musical português, Filipe Raposo distingue o trabalho do cantautor Pedro Esteves, cujo disco de lançamento vai sair em fevereiro.
@Inês Alves
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