A presidente do conselho diretivo do clube de jazz, Inês Homem Cunha, explicou à agência Lusa que os milhares de discos, fotografias, cartazes e guiões de rádio de Villas-Boas serão estudados e digitalizados neste projeto de investigação.

A coordenação do projeto, que terá a duração de três anos (2012-2014), ficará a cargo da etnomusicóloga Salwa Castelo-Branco e a equipa de investigadores será internacional, incluindo especialistas norte-americanos, lê-se num boletim divulgado pelo clube de jazz.

O Hot Clube de Portugal foi fundado por Luís Villas-Boas em 1948 e é considerado um dos mais antigos clubes de jazz em atividade na Europa. O clube reabrirá na quarta-feira, numa nova sala, na Praça da Alegria, em Lisboa, depois do anterior espaço onde funcionava ter ficado destruído num incêndio em dezembro de 2009.

O espólio de Villas-Boas está depositado no edifício da escola do Hot Clube de Portugal, em Alcântara, e inclui mais de quatro mil discos, três centenas de livros, quase 800 cartazes e 900 guiões de programas radiofónicos. Inclui ainda cassetes, bobinas de gravações, uma grafonola, milhares de fotografias e um caderno com pautas de temas de jazz manuscritas por Villas-Boas.

O projeto com o INET "contempla não apenas a digitalização dos registos fonográficos, videográficos e fotográficos, como também a análise dos arquivos administrativos e artísticos" do Hot Clube e do clube Luisiana. O objetivo deste projeto de investigação é disponibilizar o espólio de Luís Villas-Boas ao público, sublinhou Inês Homem Cunha, embora a intenção de criar a Casa do Jazz tenha sido, por ora, relegada para segundo plano por causa do investimento na reabertura do clube de jazz.

A ideia inicial era ter um espaço que disponibilizasse o espólio de Villas-Boas, que estivesse aberto à investigação, que incluisse aulas e workshops, uma mediateca e loja. Por ora, a direção ocupa-se com a reabertura do clube de jazz, que esteve dois anos encerrado. A reabertura oficial acontece entre quarta e sexta-feira com três noites de concertos de entrada gratuita. Destaque para a atuação, na quarta-feira, da histórica formação do Quarteto do Hot Clube, que integrou, nos anos 1960, Justiniano Canelhas, Bernardo Moreira, Manuel Jorge Veloso e o saxofonista-barítono belga Jean-Pierre Gebler, já falecido.

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