
"Não há desculpas para este tipo de discurso de ódio tão horrível", declarou o primeiro-ministro trabalhista Keir Starmer ao jornal The Telegraph.
"Já afirmei que os Kneecap não deviam ter uma plataforma, e isso aplica-se a qualquer outro artista que faça ameaças ou incite à violência", acrescentou Starmer, referindo-se ao outro grupo de rap que o governo tentou afastar do festival, depois de um dos seus membros ter sido acusado de apoiar o movimento libanês Hezbollah.
"A BBC precisa de explicar como é que estas cenas foram transmitidas", prosseguiu, apontando à emissora pública britânica que fez a cobertura do evento.
Antes da atuação dos Kneecap, um dos membros da dupla punk-rap Bob Vylan incitou a multidão a entoar o lema "Morte, morte ao IDF", referindo-se à sigla em inglês que designa as Forças Armadas de Israel (Israel Defense Forces).
A polícia indicou, na rede social X, que está a analisar os vídeos "para determinar se foi cometido algum crime".
Na sequência das críticas, os organizadores do festival disseram estar "consternados".
"Recordamos urgentemente a todos os envolvidos na produção do festival que, em Glastonbury, não há lugar para o antissemitismo, o discurso de ódio ou a incitação à violência", declararam os responsáveis por um dos festivais mais emblemáticos do Reino Unido.
A embaixada de Israel denunciou, também na rede X, "a retórica do ódio" durante o festival, afirmando que se está a assistir a uma "normalização de discursos extremistas e glorificação da violência".
Joe McCabe, um participante de 31 anos, declarou à AFP que, embora discorde das palavras de Vylan, acredita que "a mensagem de questionar o que se está a passar" em Gaza é "justa".
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