Cale lançou mais de 30 álbuns a solo, dos quais se destacam “Paris 1919” e a trilogia “Fear”, “Slow Dazzle” e “Halen of Troy”. Produziu e colaborou com vários projetos e artistas, como Lou Reed, Nico, John Cage, Nick Drake, Brian Eno, Patti Smith, The Stooges, Happy Mondays ou Siouxsie and the Banshees.

Em 1963, deixa a pátria, o seu País de Gales, rumo a Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. Conhece Lou Reed e Sterling Morrison e, dois anos depois, junta a estes dois Angus Maclise e surge uma das consideradas bandas de referência da cena musical alternativa da década.

“The Velvet Underground and Nico”, de 1967, e “White Light/White Heat”, de 1968, "são dois álbuns onde Cale deixou a sua marca", afirma a promotora do concerto na Casa da Música. Depois, seguiram-se divergências criativas com Reed e o final anunciado do grupo.

Em 1970 lança o primeiro álbum de uma longa carreira a solo, intitulado “Vintage Violence”. Quatro anos depois regressa ao Reino Unido e junta-se a Brian Eno e desta aliança nasce a trilogia "Fear" (1974), "Slow Dazzle" (1975) e "Helen of Troy" (1975). Nesta segunda metade da década de 70 já o movimento 'punk' começava a ganhar forma e adeptos em Inglaterra e, em 1979, lança “Sabotage/Live”.

Na primeira metade dos anos 80 "segue uma direção mais pop e menos experimental, explorando os sintetizadores e caixas de ritmos", recorda a promotora. Em 1985 nasce Eden Cale e John sai da cena musical para acompanhar os primeiros anos da filha. O ano de 1989 marca o regresso do músico e logo com dois álbuns em nova parceira com Eno.

O início dos anos 90 marca uma nova era na carreira de Cale. Com Reed grava o tema “Songs for Drella”, o tributo póstumo a Warhol. Esta aliança resulta na reunião dos dois músicos, mas que se tornou curta, uma vez mais por divergências criativas dos The Velvet Underground. É nesta fase que grava a versão de “Halleluhah”, tema de Leonard Cohen.

"Cale aborda a passagem para o século XXI atacando uma sonoridade virada para o rock alternativo e eletrónica", afiança a promotora, lançando, em 2003, o EP "Five Tracks" e o álbum "HoboSapiens". Segue-se, em 2005, "Black Acetate" e, em 2007, "Circus Live", uma compilação de atuações ao vivo de 2004 a 2006.

Em 2009, representa o País de Gales na Bienal de Veneza e, em 2010, é nomeado Oficial da Ordem do Império Britânico.

Depois de um "período incubador", John Cale voltou a editar, no ano passado, o EP “Extra Playful” com cinco canções inéditas.

A Casa da Música, no Porto, acolhe mais um espetáculo de John Cale no dia 27 de outubro.