"Acho que as músicas não têm género, nem língua, são universais. E poder misturar as duas culturas vai ser muito interessante", afirmou Mariza à Lusa, após um breve ensaio com a Orquestra Sinfónica de Brasília, que acompanhará a fadista em algumas das suas interpretações.

Mariza cantará ao final da tarde desta sexta-feira, 7 de setembro, em Brasília (ao fim da noite, em Portugal), para o público brasileiro, ao lado da artista brasileira Roberta Sá, com quem já se apresentou em conjunto num concerto em Lisboa e em São Paulo.

"É um privilégio estar aqui e poder partilhar o palco com a Roberta Sá, agora numa apresentação ainda maior", afirmou Mariza. "O mais importante é que as pessoas vão ter a oportunidade de ver duas cantoras em mundos musicais diferentes, mas que, ao mesmo tempo, juntam as culturas e fazem da música uma só", completou.

Mariza e Roberta Sá, que encarnam estilos tão distintos quanto marcantes, como o fado e o samba, vão apresentar-se primeiro separadamente, juntando-se depois num dueto para cantar "Fado Tropical", de Chico Buarque de Hollanda, e "Insensatez", de Tom Jobim.

Mariza espera mostrar ao público brasileiro um lado mais tradicional do fado, mas também um fado "próprio", mais ligado ao futuro e à cultura contemporânea.

"As pessoas poderão ver um fado mais agarrado às tradições, porque continuamos protegendo muito as nossas tradições, uma cultura mais que centenária, que, ao mesmo tempo, está dando passos para o futuro, atenta a tudo que a rodeia", descreve.

O Ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal será aberto oficialmente esta sexta-feira com a presença do ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, e do comissário do Ano de Portugal no Brasil, Miguel Horta e Costa.

O "pontapé de saída" do evento bilateral começa no dia em que se celebra a independência do Brasil, prosseguindo as iniciativas até ao dia 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

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