O festival MEO Kalorama decorreu pela primeira vez no ano passado e, de acordo com Andreia Criner, da organização, este ano “mantém o bom” da 1.ª edição e foi “melhorado e corrigido o menos bom de 2022”.
Numa visita para a imprensa ao recinto, hoje de manhã, eram visíveis as alterações, nomeadamente com o palco principal a manter-se numa zona que forma uma espécie de anfiteatro natural e o segundo palco montado num local mais afastado e numa zona sem inclinação.
Em declarações à Lusa, Andreia Criner salientou o “redesenhar do recinto” como uma das novidades deste ano: “Palcos com um posicionamento diferente, mais afastados uns dos outros, e um novo palco, dedicado à música eletrónica - o primeiro a entrar em funcionamento todos os dias e o último a terminar”.
Esta decisão de redesenhar o recinto permitiu à organização “fazer face a alguns reparos da experiência do público no ano passado, sobre a questão de alguma sobreposição em relação ao som”.
“Este ano não vai acontecer”, garantiu, explicando que os concertos nos dois palcos principais “nunca estão sobrepostos” e os outros dois palcos “têm uma distância tão grande que não há essa sobreposição”.
A organização acredita que o novo desenho do recinto irá também fazer com que “as pessoas não se concentrem, como acontecia no ano passado, num dos lados do recinto, onde estavam os três palcos”.
Hoje, ainda estavam muitas equipas a trabalhar na montagem do espaço, mas Andreia Criner garantiu que “vai estar tudo pronto [na quinta-feira] às 14H00”, hora de abertura de portas.
Na quarta-feira, foi divulgado um vídeo no qual se via uma estrutura derrubada com a força do vento, um “contratempo” na montagem do festival.
Andreia Criner esclareceu tratar-se de uma estrutura de arte “que estava a ser montada e reforçada, por causa do vento”. “Ninguém se magoou, porque os perímetros de segurança estavam garantidos”, disse.
Se na quinta-feira “houver algo que não esteja no sítio, é porque do ponto de vista da segurança é melhor esperar mais um bocadinho”. “A segurança em primeiro lugar”, afirmou Andreia Criner, explicando que nas horas que faltam para o início do festival, os trabalhos irão prosseguir, “com reforço alargado de equipas”, para ultimar o que falta, “sobretudo a nível decorativo”.
A decoração do espaço volta este ano a estar a cargo da plataforma Underdogs. No ano passado, a Arte limitou-se ao palco principal, com uma instalação de AkaCorleone, mas este ano irá ocupar mais espaço no recinto.
O projeto “Cápsula do Tempo”, com curadoria de Pauline Foessel, que fundou a Underdogs com Alexandre Farto (Vhils), conta com seis instalações artísticas, duas das quais colaborativas.
As obras foram criadas tendo como ponto de partida “as emoções que o festival sugere: energia e positividade”, contou Pauline Foessel.
Este ano, serão três os palcos que vão receber instalações artísticas: o palco principal fica a cargo de Kruella D’Enfer, o segundo da dupla Halfstudio e um terceiro de Diogo Potes. O palco dedicado à eletrónica será o único que não acolhe uma instalação.
Além disso, haverá no recinto uma instalação do coletivo Unidigrazz – “que vai desafiar o público a interagir com a peça” – e uma outra de Fiumani.
Nesta edição, haverá novamente um ‘workshop’, nos três dias de festival, com a artista Pitanga.
No que à música diz respeito, o MEO Kalorama apresenta um cartaz que consegue um “balanço entre nomes consagrados e emergentes”, acredita a organização.
Blur, The Prodigy, Arcade Fire, Florence + The Machine, Aphex Twin, Siouxsie, Pablo Vittar, Capitão Fausto, Dino D’Santiago, Pongo, Eu.Clides, Metronomy, The Yeah Yeah Yeahs, Tamino e Rita Vian são alguns dos artistas e bandas que irão atuar no festival entre quinta-feira e sábado.
A lista de artistas inclui também alguns escolhidos pela associação Chelas é o Sítio, com quem a organização do festival volta a trabalhar este ano, no âmbito do pilar da Sustentabilidade, que abarca inclusão e acessibilidade.
O Kalorama “quer ser para todos”, salientou a diretora de Sustentabilidade do festival, Dora Palma, referindo que a equipa do festival, incluindo o pessoal da segurança, “participou em ‘workshops’ sobre como acolher a diferença”.
Além disso, o festival voltou a “empregar pessoas da comunidade local e pessoas com deficiência”.
A taxa de reciclagem, que no ano passado foi de cerca de 60%, é para “ser aumentada” nesta edição.
Dora Palma salientou ainda que no cartaz “há mais mulheres do que no ano passado”, mas também artistas nacionais e locais. “Queremos mais diversidade no palco, para que o público se reveja”, disse.
A organização aconselha o uso de transportes públicos para chegar ao recinto.
A estação de metro mais próxima da entrada é a Bela Vista, da linha vermelha, e os autocarros da Carris que param perto do Parque da Bela Vista são o 727, o 755 e o 794. A estação de comboio Roma/Areeiro fica a cerca de 20 minutos a pé do recinto.
Além disso, haverá ‘shuttles’, para os portadores de bilhete diário ou passe, a fazerem a ligação entre Sete Rios, o Parque de Campismo de Monsanto e o Cais do Sodré e o recinto do festival.
Todas as informações sobre o festival podem ser consultadas em www.meokalorama.pt.
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