O Festival promove o encontro do pianista Misha Mengelberg com o saxofonista Evan Parker e apresenta o baterista Sunny Murray, de 75 anos, nome lendário do free jazz, que abre o Festival no dia 3 de agosto, numa formação em trio com os britânicos John Edwards, no contrabaixo, e Tony Bevan, no saxofone tenor.
A programação é constituída por seis concertos no anfiteatro ao ar livre na Fundação, à praça de Espanha, e três outros no Teatro do Bairro, ao Bairro Alto, em Lisboa, seguidos de sessões de DJ.
Estas sessões de DJ serão realizadas pelo português Marcos Farrajota, autor de BD alternativa, que toma o nome artístico unDJ MMMNNNRRRG, e ainda por eRikm e DJ Sniff.
O diretor artístico do Festival, Rui Neves, disse na apresentação que estes DJ são “músicos que souberam inovar” e prefere referir-se a estas sessões como “turntablism”.
O pianista Misha Mengelberg e Evan Parker, em saxofone tenor - e não no habitual saxofone barítono -, encontram-se no dia 5 de agosto, no anfiteatro da Gulbenkian, seis anos depois do seu primeiro encontro no Bimhuis de Amesterdão, cujo concerto foi registado em CD, editado o ano passado.
No palco do Teatro do Bairro, onde “serão apresentados os concertos mais radicais”, como disse Rui Neves, estreia-se o quinteto português Nuova Camerata que integra, entre outros, o violinista Carlos Zíngaro e o percussionista Pedro Carneiro, vencedor do Prémio Gulbenkian Arte em 2011.
O quinteto toca na terça-feira, dia 7 de agosto, e é formado por Pedro Carneiro (marimba), Carlos Zíngaro (violino e eletrónica), João Camões (violino), Ulrich Mitzlaff (violoncelo) e Miguel Leiria Pereira (contrabaixo).
Neste espaço, além das sessões de “turntablism” e do concerto da Nuova Camerata, tocam os britânicos trioVD, formado por Christophe de Bézenac (saxofone alto e eletrónica), Chris Sharkey (guitarra elétrica) e Chris Bussey (bateria), e os DAS KAPITAL, grupo que junta Daniel Erdmann (saxofone tenor), Hasse Poulsen (guitarra) e Edward Pérraud (bateria), que apresentam o programa "Play Hanns Eisler", dedicado ao compositor alemão.
Hanns Eisler foi discípulo Schoenberg, trabalhou com Bertolt Brecht e compôs música para cinema em Hollywood, sendo “o inspirador deste grupo que canta canções revolucionárias de uma forma muito especial”, disse Rui Neves.
O Festival, que a administradora da Fundação Teresa Gouveia apresentou hoje como tendo “uma identidade muito própria”, definindo-o como “mais inovador e experimental”, apresenta ainda o quinteto Led Bib, o pianista Matthew Shipp, que se apresenta em trio, a pianista Marilyn Crispell, com o percussionista Gerry Hemingway, e o sexteto Ingebrigt Håker Flaten Chicago.
A programação do Festival, que “não quer ser uma pesquisa académica” retirando “o prazer da música”, como disse Teresa Gouveia, inclui ainda a “projeção inédita”, no auditório 3 da Gulbenkian, de filmes documentais relacionados com o jazz, e encerra com a conferência "Jazz Criticism: An Open Verdict” ("Crítica de jazz: um veredicto em aberto"), pelo crítico de jazz e coautor do “Penguin Guide of Jazz”, Brian Morton.
Os filmes a exibir são “Sunny’s Time Now”, de Antoine Prum, sobre o começo da carreira de Sunny Murray; “Soldier of the Road - Peter Brotzmann”, de Bernard Josse e Gérard Rouy, que faz um retrato do saxofonista; “Inside Out in the Open”, de Alan Roth, que junta depoimentos de onze músicos do movimento do free jazz; e “City of the Winds”, de Gilles Corre, que “faz um retrato completo da cena jazz contemporânea de Chicago, guiado pela cantora Ellen Christi, ativista local e cúmplice do cineasta Gilles Corre”, segundo nota da Fundação.
@Lusa
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