O músico Sérgio Mendes morreu esta quinta-feira, 5 de setembro, aos 83 anos, anunciou a imprensa brasileira. A causa da morte não foi revelada.
Referência da bossa nova, samba e MPB, o artista vivia em Los Angeles com a mulher, a cantora Gracinha Leporace, de quem também era parceiro musical.
Em comunicado, a família de Mendes disse que o pianista "morreu em paz" na sua casa, ao lado da mulher e dos filhos. "Nos últimos meses, a sua saúde havia sido afetada pelos efeitos da covid prolongada", acrescenta a nota.
"Descanse em paz, querido génio", disse Milton Nascimento, uma das primeiras celebridades a reagir à morte, numa publicação no Instagram. "Foram muitos anos de amizade, colaborações e música", acrescentou.
Com uma carreira de quase seis décadas, Sérgio Mendes iniciou o percurso musical como pianista clássico. Através de projetos como Sexteto Bossa Rio e Brasil '66, aproximou-se da bossa nova e ajudou a divulgar o género fora de portas.
A sua versão bossa nova de "Mas que Nada", clássico de de Jorge Ben Jor, foi das suas canções mais populares, com projeção mundial a partir dos anos 1960. Na mesma década, mudou-se para os EUA, onde aproximou temas de Burt Bacharach ou dos Beatles do samba. As muitas digressões no país (incluindo com Frank Sinatra) e mais de uma dezena de presenças no Top 100 norte-americano asseguraram uma carreira internacional bem sucedida.
Sérgio Mendes ganhou o Grammy de Melhor Álbum de World Music em 1992, com o disco "Brasileiro", com canções de Carlinhos Brown. Também ganhou dois Grammys latinos e foi nomeado ao Óscar em 2012 pelo tema "Real in Rio", do filme "Rio" (2011), de Carlos Saldanha.
O músico gravou mais de 35 álbuns e colaborou com nomes como Tom Jobim, Cannonball Adderley, Herbie Mann, Stevie Wonder, Erykah Badu, Q-Tip, Jill Scott, Marcelo D2 ou Black Eyed Peas.
"Sou muito curioso, gosto de aprender, é por isso que falo francês de ouvido", afirmou Sergio Mendes em entrevista à AFP em Paris, em 2014. "A raiz da minha música é brasileira. No Brasil, temos uma bela diversidade cultural e musical, entre a música da Bahia, do Rio de Janeiro, a música clássica, os ritmos que chegaram da África", destacou na altura.
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