O palco das festividades recebeu artistas para todos os gostos como Carlos do Carmo, Os Azeitonas, Richie Campbell, Áurea ou GNR.

Para muitos, a cereja no topo do bolo da edição de 2013 foi no dia 31 quando as portas se abriram para um concerto dos britânicos Skunk Anansie, que já se esperava ser algo épico.

Como concerto de abertura ouvimos a banda portuguesa Diabo na Cruz, que deixou no público um cheirinho a rock popular. Os portugueses souberam divertir e aquecer o público e deixaram o trabalho facilitado para os seus sucessores.

Já quarenta e cinco minutos passavam das doze badaladas quando, com uma energia contagiante e impressionante, Skin, vocalista dos Skunk Anansie, entrou em palco a “matar”, de microfone em punho, dando inicio ao seu concerto. As calças pretas e lantejoulas douradas espalhadas pelo corpo já faziam adivinhar um concerto brilhante. “Skankheads” foi o tema de abertura, já com o público ao rubro, de mãos erguidas e vozes em coro com a britânica.

Não foi preciso muito para percebermos a que a artista nos iria surpreender. Quando demos por ela, estava a descer as escadas do palco em direcção ao público, que já saltava de euforia por ver a cantora tão perto. Todos abriram a boca de espanto por vê-la ir mais longe e mais alto, quando se deixou cair para as mãos dos fãs, tendo repetido a descida até ao público mais três vezes. Da última vez, Skin, pediu à audiência que abrisse caminho até à cabine de som, chegada lá, deixou-se levar até ao palco pelas mãos do público; mas com a condição de não ser apalpada por ninguém.

“This next song is about freaky freaky sex”, algo que a vocalista da banda revelava partilhar com Ace e Mark mas não com Cass porque isso seria “esquisito”; foi como a cantora anunciou que o próximo tema seria “Twisted”; isto depois de nos ter brindado com o clássico “Secretly”.

Skin não deixou de comentar a situação económica e política que vive o mundo, contando que a banda é várias vezes acusada de ser “a little fucking political”, acusação à qual respondeu com a música “This is not a Game”.

A banda ensaiou uma despedida com a música “Charlie Big Potato”, tendo voltado para um encore de três músicas que incluiu o momento da noite quando todo o Festival do Crato se juntou à banda para cantar “Follow Me Down” a uma só voz.

Os Skunk Anansie despediram-se do Crato revelando que foram dos públicos mais loucos desta tour de verão, que coincidentalmente acabou na vila portuguesa. Skin acrescentou um agradecimento especial ao público português que desde 1994 acolheu a banda britânica.

O chão tremeu com a passagem desta banda pelo Crato. Apesar da sua separação temporária, os Skunk Anansie continuam a mostrar que estão bem juntos e continuam a mover multidões; e no final, é isso que importa.

Texto: Daniela Ferreira
Foto: David Sineiro