As alegações contra Mihigo devem-se a uma suposta instigação para que jovens hutus entrassem em conflito com o governo local. O cantor teria incentivado a combater o governo através do Congresso Nacional do Ruanda (RNC), partido de oposição no exílio, e a FDLR, formada por rebeldes hutus.

Nas duas organizações, ainda estão alguns dos responsáveis pelo genocídio de 800 mil pessoas, na sua grande maioria tutsis, em 1994.

Além de Kizito Mihigo, foram julgados Agnes Niyibizi, apontada como tesoureira no RNC, o jornalista Cassien Ntamuhanga e o reservista Jean-Paul Dukuzumuremyi.

Os quatro são acusados de preparar um atentado para vingar a morte de Patrick Karegeya, um dos fundadores do RNC e ex-chefe dos serviços secretos do Ruanda. Karegeya foi encontrado morto após ser estrangulado, na África do Sul, no início de 2014.

O RNC é considerado terrorista pelo governo de Kagame. Os dirigentes do RNC são dissidentes da Frente Patriótica Ruandesa, partido criado pelo atual presidente.

O cantor também foi condenado por "formação de um grupo criminoso" e "conspiração para um assassinato", mas o juiz descartou a acusação de cumplicidade em ato terrorista.

@AFP