Inseridos no ciclo de concertos "Arena Live" do Casino de Lisboa, os Nouvelle Vague, depois de terem passado pelos nossos festivais de verão, apresentaram novamente, num dia bem mais frio, o projecto Nouvelle Vague PT, onde reinventam a pop portuguesa dos anos 80.

Desta vez, na voz, encontrámos Helena Noguerra, que nos presenteou em todo o concerto com uma energia e uma presença em palco indissociável das meninas dos Nouvelle Vague.

O concerto começou com temas do repertório do projecto, incluindo o single do terceiro álbum, "Master and Servant", original de Depeche Mode. Mas, ao fim de alguns temas, começou o desfile dos hits portugueses com Rui Pregal da Cunha em "Sol da Caparica", dos Peste e Sida, que mais tarde regressou ao palco, acompanhado de Dalila Carmo, para interpretar um tema que lhe é tão familiar, como "Só Gosto de Ti", dos Heróis do Mar.

Dalila Carmo foi uma das surpresas da noite, não pela sua performance vocal, mas pela sua presença exuberante em palco, tentando de certo modo encarnar o espírito das vocalistas dos Nouvelle Vague, mas num tom exagerado, interpretando "Foram Cardos, Foram Prosas", dos Ritual Tejo.

Outra das actrizes portuguesas a subir ao palco Arena Lounge foi Inês Castelo-Branco que, com a sua voz peculiar, apresentou o tema "Homem do Leme", dos Xutos e Pontapés, e "O Pastor", dos Madredeus,aos quais não fez justiça.

Teresa Lopes Alves, artista residente do Clube de Fado, em Lisboa, e com uma voz digna de subir àquele palco, interpretou "Irreal Social", dos BAN, e "Rua do Carmo", dos UHF.

No intervalo, entre convidados, Helena Noguerra ainda conseguiu proporcionar momentos à la Nouvelle Vague, com temas mediáticos como "This is Not a Love Song", "God Save the Queen" e, introduzindo com um "já bebi demais", a versão de "Too Drunk to Fuck", dos Dead Kennedys.

Depois de"Love Will Tear Us Apart", dos Joy Division, tivemos aindatempo para um último tema, com todos os convidados portugueses em palco a cantarem "Portugal na CEE".

O espetáculo não foi dos mais conseguidos, mas a verdade é que foi cheio de boa disposição, com um espaço totalmente preenchido e um público que acompanhou a maioria dos temas em uníssono.

O ciclo de concertos do Casino de Lisboa prolonga-se até à passagem de ano, com actuações dos Deolinda, Aurea e The Gift a fechar o ano.

Quanto aos Nouvelle Vague, devemos voltar a vê-los brevemente, não fossem eles já da casa.

Joanica Cardoso