
"Ainda não há uma decisão. Já nos reunimos esta semana com a equipa que está a trabalhar no festival e com a Junta de Freguesia de Vilar de Mouros, estamos em processo de análise", afirmou o socialista, que conquistou a Câmara Municipal de Caminha ao PSD nas últimas eleições.
O autarca assume o "desagrado" com o "contexto político" que rodeou a entrega, pelo executivo social-democrata que liderava a Câmara, da organização do festival a uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), poucas semanas antes das eleições. "Não dou como garantido que seja esse o modelo, nesta altura todas as hipóteses estão em aberto. Mas estamos a trabalhar para que possa haver um festival de Vilar de Mouros de grande qualidade", sublinhou Miguel Alves.
O maestro Rui Massena foi anunciado, a 10 de setembro, como escolhido para organizar a sessão de abertura do regressado festival de Vilar de Mouros, agendado, no modelo então definido, para entre 30 julho e 2 agosto de 2014, após oito anos de interregno.
A organização, segundo protocolo estabelecido com o executivo camarário anterior, está a cargo da Associação dos Amigos dos Autistas (AMA), uma IPSS que, em conjunto com a Câmara de Caminha e com a Junta de Freguesia de Vilar de Mouros - proprietária dos terrenos -, deveria assumir essa função até 2017.
"É uma questão que estamos e vamos continuar a discutir vivamente. Estamos a trabalhar, a refletir sobre as opções que foram tomadas e sobre aquilo que queremos fazer", enfatizou Miguel Alves, que recuperou a Câmara de Caminha para o PS, após doze anos de liderança do PSD, com Júlia Paula Costa.
A direção da AMA tinha também prometido divulgar os principais nomes do cartaz do festival, para "todas as idades" e a distribuir por dois palcos, até final de outubro, colocando os primeiros bilhetes à venda na mesma altura.
O protocolo ainda em vigor não envolve qualquer apoio financeiro público, apenas a cedência de terrenos por parte das duas autarquias, além do apoio logístico de ambas ao evento, enquanto aos patrocinadores oficiais caberia pagar o cartaz.
Com as verbas angariadas na bilheteira, esta IPSS pretende construir o novo edifício multifuncional em Viana do Castelo, reforçando a capacidade de resposta, que já chega a 150 famílias. Será o primeiro em Portugal pensado de raiz para servir a população com autismo, com novos recursos e serviços, como um lar-residencial, e deverá custar cerca de 3,5 milhões de euros.
O primeiro festival de Vilar de Mouros realizou-se em 1971 e contou com a presença de Elton John e Manfred Mann.
No verão de 2007, a um mês da sua realização, o festival foi cancelado por dificuldades de entendimento entre os vários parceiros envolvidos na organização e não voltou a ser retomado.
@Lusa
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