Paulo de Carvalho nasce na cidade de Lisboa a 15 de maio de 1947. Com apenas 15 anos, em 1962, forma, juntamente com Fernando Chaby, Carlos Mendes e Jorge Barreto, a banda Sheiks, na altura considerados os Beatles portugueses.

Aos 21 anos juntou-se ao grupo Thilo's Combo. Cumpriu o serviço militar em 1968 e, um ano mais tarde, fundou um novo grupo musical com o nome Fluido, um projeto músico-cultural com a colaboração de Vasco Noronha e Dórdio Guimarães.

Em 1974 vence o Festival RTP da Canção com o tema “E Depois do Adeus”, a música escolhida pelos militares de Abril para ser a primeira de duas senhas a serem emitidas pela rádio aquando do golpe militar de 25 de abril de 1974.

“Cada vez que se fala sobre mim é sempre sobre o 25 de abril e já passaram 38 anos”, comentava Paulo de Carvalho em entrevista anterior concedida ao SAPO Música. “Dá um pouco a sensação de que fiquei parado em 1974 e que para além disso não tem havido mais nada, mas tem”, afiança.

Desde então vários temas foram cantados e imortalizados por Paulo de Carvalho. “Gostava de Vos Ver Aqui”, “Prelúdio (Mãe Negra)”, “Dez Anos”, “Os Meninos de Huambo”, “Nini dos Meus 15 Anos” ou o mais recente “O Meu Mundo Inteiro” são algumas das músicas que estão no imaginário da maioria dos portugueses.

“Não posso dizer que não tenho tido uns 50 anos de feliz vida profissional e até pessoal. Os momentos menos bons não são momentos de que me lembre e não estou a fugir deles”, conta Paulo de Carvalho, em entrevista moderada por Francisco Sena Santos:

O músico português sente que as pessoas, “por via da sua vida pouco apetecida e pouco consistente”, estão à procura de referências e confessa que, em alguns casos, pode tornar-se nessa referência.

“Quando vêm falar comigo, fazem-no para procurar um certo apoio em relação à vida que estão a viver e às coisas de que necessitavam”, considera.

Por outro lado, crê ter uma “dívida de gratidão” para com parte do público. “Se não fosse muita gente eu não estaria onde estou e, portanto, há certas cantigas que terei de continuar a cantar, mas renovadas”, afiança.

De todas as canções que Paulo de Carvalho tem cantado durante estes 50 anos, o músico afirma que se sente retratado em dois versos retirados de um poema escrito pelo professor Agostinho da Silva – “E posto que viver me é excelente / Cada vez gosto mais de menos gente”.

Em jeito de antevisão, Paulo de Carvalho adianta ao SAPO Música que já há espetáculos de um novo disco que, de acordo com o artista, poderá sair nos próximos dias.

“É um disco de duetos e fundamentalmente sobre Lisboa. Não tem fado, mas tem fados, ou seja, não há guitarra portuguesa e viola e não há fados na sua sonoridade mais pura”, descreve.

Ainda sobre o concerto no Tivoli, Paulo de Carvalho será acompanhado por músicos de uma geração posterior à sua. Assim, em palco estarão Victor Zamora (piano), Tiago Oliveira (guitarra), Leo Espinoza (baixo), Ruca Rebordão (percussão), Marcelo Araújo (bateria) e, como convidados, Mafalda Sacchetti e Agir, nome artístico do filho do músico, Bernardo, fruto da sua relação com a atriz Helena Isabel.

O preço dos bilhetes para o espetáculo varia entre os 15 e os 25 euros, dependendo do local do Teatro Tivoli a partir do qual pretende assistir ao concerto.

@Daniel Pinto Lopes

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