Os Expresso Atlântico são Gaspar Varela (guitarra portuguesa), Sebastião Varela (guitarra elétrica) e Rafael Matos (bateria), que tocam juntos há dois anos e meio, tendo já editado, em 2021, um EP.

“Procurámos fazer uma música que nos liberte, nos evada do quotidiano”, disse Rafael Matos em declarações à agência Lusa, explicando que o trio não abdica de "manter as músicas com alma" e "a autenticidade [do momento] da criação”.

Este álbum já estava anunciado desde finais de 2022, quando saiu o 'single' “Barquinha”. Algumas músicas que fazem parte do alinhamento foram já tocadas num concerto efetuado no MusicBox, em Lisboa, em dezembro último e a reação do público foi muito boa”.

O álbum é constituído por nove temas, todos de autoria do trio, um deles com a participação de Conan Osíris, “Barquinha“, que veio ao encontro de um desejo antigo do trio.

“Nós, desde há muito que gostávamos de fazer alguma coisa com o Conan Osíris. Essa possibilidade surgiu quando foi o EP, até porque faz parte do projeto convidarmos pessoas de outras áreas musicais, mas não era ainda o momento, mas o Conan é um artista ímpar e uma referência para nós os três, e surgiu muito naturalmente neste álbum”.

Outra composição, “O Gangster”, é dedicada aos Dead Combo que são “um referência gigante” do trio.

Outras composições do álbum são "Bombália", "Porque nunca nada tem um Fim", "Beco da Malha" e "Ressaca Bailada".

Sobre a forma de comporem juntos, Rafael Matos disse que “é muito simples”. “Nós juntamo-nos na nossa sala de ensaios, cada um de nós traz uma ideia, e depois vamos desenvolvendo”, explicou, referindo que “já aconteceu" estarem "a fazer uma ‘jam [session]’ antes de um ensaio e uma música sair" sem terem "ideias antes”.

O baterista referiu que a música que compõem “é muito fruto do que cada um ouve, e depois dá aquela caldeirada chamada 'Expresso Atlântico'", mas reconheceu “especiais influências do jazz”.

“A maneira como nós fazemos a composição é um bocado crua, e quando passamos da sala de ensaio para o estúdio não queremos tirar esse lado cru com que nasceu. Claro que queremos aperfeiçoar em termos de som, mas queremos manter as músicas com alma, mantendo a autenticidade da criação”, afirmou à Lusa.

O músico realçou o “trabalho de estrada” destes dois últimos anos, em que tiveram “muitos concertos” e permitiu-lhes “mais experiência” e conhecerem-se “a nível musical muito mais”, “e muitas das músicas que constituem o disco surgiram mesmo na estrada”

“Nós estamos felicíssimos com o nosso trabalho”, garantiu Rafael Matos.