![Rihanna em Lisboa: Sensualidade foi a palavra de ordem](/assets/img/blank.png)
Apareceu em palco encerrada numa esfera de ferro onde cantou os primeiros acordes de “Only Girl”. De gabardina azul-elétrico, botas rosa choque e muita personalidade escapou da jaula com passos firmes, sons eletrizantes e a gritar ser a “única no mundo”, ao som de mais gritos e aplausos.
Com lasers magenta, amarelos e azuis e desta vez de cabelo castanho, a artista com origem guianense e irlandesa fez do Atlântico a sua casa. Bochechas carregadas de blush, olhos grandes e escuros, Rihanna, sempre divertida e sorridente, subiu para uma plataforma rolante que a fazia deslizar sob o palco e cantou “Disturbia”, já dentro de um biquíni colorido a lembrar os fatos caribenhos.
Depois do sucesso da digressão “Rated R”, a artista barbadense trouxe a Portugal a sua quarta digressão na qual não faltaram êxitos como "What's My Name", “Umbrella” e “We Found Love”.
Atirou-se para o chão, levantou o rabo e voltou a baixá-lo. Com leds intermitentes, Rihanna não se cansou de abanar a cabeça enquanto cantava “Shut up and Drive”, à medida que subia e descia – com destaque para as pernas – de um carro descapotável. À sua volta, mecânicos e mecânicas igualmente sensuais, com fatos pintalgados de luzes brilhantes, dançavam encostados ao corpo da artista, com movimentos compassados, lentos, pejados de jogo de cintura e muita volúpia.
Entretanto, a cantora de 23 anos sentou-se para cantar, talvez, a música mais indigesta da noite. “Man down”. Com as suas tradicionais onomatopeias, pôs o público a papaguear “Rum pa pa pum”. Em pouco tempo trocou de roupa para aparecer em palco num terno, laço vermelho ao pescoço, bengala na ponta dos dedos e a mostrar quem manda. Cantava o tema “Darling Nikki”, de Prince.
E porque ela adora correntes e chicotes, voltou a despir-se - ou melhor despiram-na – para voltar a estar em palco apenas num bódi de cabedal preto durante a performance de “S&M”, enquanto se rebolava no chão, contorcionada e a fazer as delícias do público masculino.
Levantou e baixou o corpo, inclinou-se para a frente a para trás, passou as mãos junto às ancas e à barriga, às vezes de cócoras, outras vezes de joelhos, afastava e aproximava as pernas com vagareza e muito sex appeal. Do lado do público, havia quem a tentasse imitar.
Com um canhão cor-de-rosa montado no cenário, fumo e um exército artilhado com kalashnikovs cor-de-rosa cantou “Hard”, do álbum Rated R, com o seu estilo muito próprio, mas ainda assim a fazer lembrar a britânica M.I.A.
Novamente enclausurada numa jaula de leds cantou “Unfaithful” com a sua poderosa e gutural voz. De olhos fechados, vestido amarelo até aos pés - mas a mostrar as longas, musculosas e oleadas pernas - arrancou lágrimas dos mais sensíveis à presença da artista para depois deixar o Pavilhão Atlântico de braços no ar com “California King Bed” e fogo-de-artifício. “Rude Boy” foi o momento da noite que se seguiu, com coreografias ensaiadas, passos à Wacko Jacko e mais sex appeal. Perguntou se Portugal gostava de festa, ao que a resposta foi óbvia. Gritos. Disse-se surpreendida com a assistência portuguesa e brindou com “Cheers”.
Fez um pedido especial – “Please Don't Stop The Music” – e em seguida subiu para cima do piano para cantar “Love The Way You Lie”. Depois veio “Umbrella” e fotos e autógrafos para os fãs mais sortudos. Ficou a faltar a “S.O.S”, mas “excedeu as expectativas”, dizia uma fã, na casa dos 30 anos, às amiga, à saída do espetáculo.
Calvin Harris cumpriu com distinção o seu papel. No lugar de anfitrião do concerto, recebeu o público com a música eletrónica de Guetta, Swedish House Mafia, LMFAO, Avici, Steve Aoki e outros nomes do panorama eletrónico atual. Com sons metálicos, muitos ups e poucos downs, preparou a assistência para receber a barbadense mais conhecida da ilha.
No espetáculo estiveram 19 mil pessoas.
@Nuno de Noronha
Fotografia: Inês Alves c/Lusa
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