Mas antes do trio de Chicago subir ao palco, os Helms Alee aqueceram um público impaciente com alguns temas do seu mais recente trabalho, "Sleepwalking Sailors", lançado em 2014 e caracterizado por um toque rítmico de Indie Rock.

Com a sala do RCA cheia, os Russian Circles entraram em palco decididos e cheios de energia. Não é segredo nenhum o carinho que Mike Sullivan, Dave Turncrantz e Brian Cook nutrem pelo nosso país.

Os primeiros acordes de “Deficit” não deixaram margem para dúvidas: os Russian Circles prometiam uma noite de emoções fortes. A força com que tocam as suas músicas e a garra em palco fazem do trio norte-americano uma banda que merece toda a atenção. O encantamento contínuo produzido durante uma atuação requer um nível de excelência ambicionado por muitos. E os Russian Circles têm-no, sem dúvida. Não é por acaso que a banda já partilhou palcos com nomes sonantes do panorama musical, como Tool, Isis, Boris ou Coheed and Cambria.

A noite prosseguiu com “Carpe” e “309”, retirada de "Empros", álbum editado em 2011. Recebidas com euforia foram também “Harper Lewis”, do segundo trabalho da banda, "Station", “Geneva” e “1777”, que colocaram toda uma plateia em movimentos corporais sincronizados. E, entre um jogo de luzes e sombras hipnotizante, era visível a elevada química que os músicos mantêm entre eles, o que confere ao espetáculo uma atmosfera muito intimista.

As poderosas “Station” e “Mlàdek” também foram escolhidas pelos Russian Circles para brindar o público português, mas foi a já obrigatória “Death Rides a Horse” que levou a plateia ao mais profundo sentimento de alegria.

Com uma pequena pausa para o encore, os Russian Circles regressam ao palco para fechar a noite com “Youngblood” e deixar quem lá esteve com vontade que o relógio atrasasse duas horas.

Alinhamento:

Deficit
Carpe
309
Harper Lewis
Geneva
1777
Station
Mlàdek
Death Rides a Horse
(Encore)
Youngblood

Texto: Tatiana Branco

Fotografias: Nuno Bernardo