O orçamento da programação até ao final do ano, incluindo o Festival ao Largo, que decorre no verão frente ao teatro, é de um milhão de euros, disse hoje João Pedro Consolado, do conselho de administração do Organismo de Produção Artística (OPART), que tutela o TNSC.

Na apresentação esteve presente o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, o conselho de administração do OPART, presidido por José António Falcão, e o consultor artístico Paolo Pinamonti. A maestrina titular da OSP, Joana Carneiro, esteve ausente, pois foi “chamada de urgência” para dirigir um concerto em Helsínquia, explicou Barreto Xavier. Referindo-se ao S. Carlos, o secretário de Estado realçou o facto de ser o único palco lírico português com o qual o Estado tem responsabilidades e afirmou que este “exige um cuidado que visa a constituição de um projeto estável”.

A programação foi apresentada depois de já ter subido à cena, em fevereiro passado, a ópera “A viagem a Reims”, de Gioachino Rossini, numa produção do Teatro Real de Madrid, em colaboração com o Festival de Ópera de Pesaro, e de na véspera subir à cena “El gato montés”, de Manuel Penella, uma produção do Teatro da Zarzuela, de Madrid, e as duas únicas produções encenadas da temporada lírica.

Até junho serão apresentadas três óperas em versão de concerto. Em abril, nos dias 16, 19 e 21, sobe à cena “Poliuto”, de Gaetano Donizetti, com direção musical de Sergio Alapont, e entre os intérpretes anunciados estão Sérgio Escobar, que Paolo Pinamonti afirmou ser “um dos três tenores mais importantes da atualidade”, e Carmen Romeu.

Em maio é apresentada, também em versão de concerto, a ópera “La Gioconda”, de Amilcare Ponchielli, com “a maior artista portuguesa”, Elisabete Matos, e sob a direção de Antonio Pirolli, que já dirigiu outras óperas em S. Carlos, nomeadamente “Otello”, de Verdi, em 2005, e “Macbeth”, também de Verdi, em 2007. Do elenco, além da soprano portuguesa, foram anunciados Mariana Pencheva, Luiz Ottavio Faria e Luis Cansino. Finalmente, em junho, sobe à cena “Norma”, de Vincenzo Bellini, protagonizada por Dimitra Theodossiou, que já atuou no S. Carlos.

Questionado pelos jornalistas pela opção por óperas em versão concerto, Pinamonti evocou “constrangimentos financeiros” e acrescentou: “Prefiro uma ‘Norma’ bem cantada a uma ‘Norma’ mal cantada e mal encenada”.

A temporada sinfónica iniciada em janeiro prossegue no próximo dia 15, com o concerto coral-sinfónico “Die Jahreszeiten” (“As estações”), para vozes solistas, coro e orquestra, de Joseph Haydn. Os solistas são a soprano Carmen Romeu, o tenor Mário João Alves e o barítono Luís Rodrigues. A direção musical é de Pedro Neves.

Em abril, a OSP, sob a direção de Joana Carneiro, toca no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, a Segunda Sinfonia para vozes, coro e orquestra, de Gustav Mahler, sendo solistas Dora Rodrigues e Maria José Montiel.

Hoje, aos jornalistas, Pinamonti afirmou que pretende “uma presença mais estável” da OSP e do TNSC no CCB, onde este ano a OSP volta a marcar presença nos Dias da Música, em maio.

Já este mês, o TNSC homenageia Charles Chaplin, nascido há 100 anos, com a exibição de alguns dos seus filmes, com banda sonora ao vivo. Charles Chaplin compôs algumas das bandas sonoras dos seus filmes, como do filme “City Lights” (1931), que será exibido no TNSC no dia 23, ou “Modern Times” (1936), que será exibido no dia 30. Pinamonti salientou a genialidade de Chaplin como compositor e comparou a estrutura rítmica da banda sonora de “Modern Times” à “Sagração da Primavera”, de Stravinsky. As partituras de Chpalin foram reconstruídas por Timoty Brock.

@Lusa