A Apple TV+ lança esta quarta-feira "The Super Models", que retrata as quatro mulheres que, ao injetarem personalidade no trabalho das modelos de moda, criaram um paradigma para os super influencers da atualidade.

A britânica Naomi Campbell, de 53 anos, a canadiana Linda Evangelista, de 58, e as duas norte-americanas, Cindy Crawford, de 57, e Christy Turlington, de 54, dominaram o mundo da moda durante um dos seus períodos mais explosivos.

Elas trabalharam com os principais 'designers' e fotógrafos, embora tenha sido um videoclipe, "Freedom", de George Michael, que ajudou a consolidar o seu estatuto entre o grande público como as primeiras "supermodelos".

"[A década de 1990] foi uma época histórica muito única, onde tudo convergia - moda, música, a MTV estava apenas a começar -... mesmo antes do surgimento da internet", disse à France Presse a co realizadora Larissa Bills.

“Estas mulheres foram como as primeiras influencers. Antes da internet, antes das redes sociais, elas foram capazes de trazer um mundo inteiro ao público de uma forma que nunca tinha sido feita antes”, notou.

Linda Evangelista, Cindy Crawford, Naomi Campbell e Christy Turlington

É a primeira vez que elas partilham juntas a sua história.

“O facto de estarem todas agora na casa dos 50 anos... era o momento certo. Elas estão numa fase de maior reflexão nas suas vidas”, diz Bills.

Todas de origem modesta, o quarteto ganhou milhões de dólares e deslumbrou-se com o estrelato.

Mas também enfrentaram muitos dos aspetos horríveis da indústria da moda – vícios, distúrbios alimentares, assédio sexual.

Evangelista enfrentou talvez os momentos mais desafiantes, com um marido acusado de violação por outras mulheres (o caso terminou arquivado no início de 2023), cancro da mama e uma cirurgia estética malfeita que, segundo ela, a deixou “desfigurada”.

A idade é uma questão subjacente às suas discussões e foi novamente sublinhada nos últimos dias, após o quarteto ter sido capa da Vogue nos EUA e na Grã-Bretanha.

A nítida falta de rugas levou muitos a acusar a revista de adulterar as imagens.

Para Bills, porém, a série é uma celebração.

"Elas assumiram uma responsabilidade enorme: ter 16 anos e ser o rosto de uma marca. Na época, a indústria não era regulamentada e elas realmente fizeram-no por conta própria. Parabéns a elas", elogia.