Há muito tempo que faz música e se apresenta nos palcos portugueses, mas é agora com o seu novo álbum, "Leva-me A Sério", que Agir parece ter atingido o devido reconhecimento. E para festejar o seu sucesso, o cantor decidiu dar um showcase gratuito aos seus fãs, no centro comercial do Colombo. E como não podia deixar de ser, o On The Hop aproveitou a oportunidade para ter uma pequena conversa com o artista.

Como foi o processo criativo deste teu novo álbum?

Agir (A): Foi um processo muito natural. Eu componho as músicas e produzo tudo com um laptop ao lado, por isso muitas das músicas foram feitas em quartos de hotel ou nas carrinhas a caminho dos concertos. É um álbum que reflete a estrada e a vida na estrada. Tem uma ou outra balada, mas tem muitas músicas que foram feitas para as pessoas ouvirem ao vivo, para saltarem comigo e cantarem! É óbvio que a captação de vozes e a mistura já foi feita em estúdio, mas a composição e produção foi feita na estrada.

Como tem sido a reação ao teu trabalho? Correspondeu às tuas expectativas?

A: Nunca é aquilo que eu estou à espera, isto porque eu acho sempre que vai ser mau! Sou muito pessimista, mas tem superado aquilo que eu pensava que ia ser. E sou um sortudo porque já tenho algumas pessoas que me seguem e gostam das minhas coisas, mas tenho-me tornado ainda mais sortudo ao puder ver esse número de pessoas aumentar, por isso é ótimo!

Sabemos que, na tua opinião, a música é feita para misturar, e o Pop retrata isso mesmo. Contudo, que género musical te identifica melhor?

A: Eu sou muito de fases, obviamente. Na fase em que estou eu acho que este disco retrata bem aquilo que eu quero, ou seja, um hip-hop/R&B, com alguns outros géneros depois à mistura, sons mais agressivos ou mais calmos. O R&B pode ser mais violento ou ter uma balada, e isso não faz com que sejam dois estilos distintos. É a mesma coisa.

Sabemos que és muito criativo, e se for preciso estás neste momento a pensar noutra faixa a realizar. Achas que já tens material novo suficiente para um próximo trabalho?

A: Sim, eu já tenho coisas preparadas para o próximo. E eu espero que não, mas qualquer dia estas ideias todas também hão de esgotar! Eu hei de ter que me reinventar ou parar a dada altura, porque todas as pessoas que criam têm fases melhores e piores. Mas por enquanto a criatividade vai de vento em popa e se fosse preciso já tinha outro disco preparado, sim. (Risos)

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Vives rodeado do mundo das artes. Tens um pai que é músico e uma mãe que é atriz. Enveredaste pela música, mas nunca pensaste em experimentar o mundo da representação?

A: Eu acho que qualquer pessoa que esteja ligada às artes gostava de experimentar outro tipo de arte que não seja a sua área, a título de curiosidade. Uma forma de ver se tem jeito ou não, se gosta ou não, mas é óbvio que onde eu me sinto confortável é a fazer música, e é aí que eu quero investir.

Este é um dia especial, com um showcase gratuito de agradecimento aos teus fãs. Como surgiu a ideia para este evento?

A: O Colombo é o centro comercial mais perto de minha casa, por isso é aquele que eu acabo por frequentar mais. Esta ideia já existe há uns bons anos, mas só agora é que se tornou possível, e acho que só agora é que faz sentido. Só agora é que eu tive oportunidade de fazer este agradecimento pelas mais diversas razões, tanto pelo meu management, como pelo meu sucesso atual.

Sendo um amante da arte no corpo, preferes tatuagens ou piercings? 

A: Tatuagens! Piercings até nem tenho muitos.

Sentes uma maior gratificação fazendo música sozinho ou em conjunto? 

A: Eu sou um bocado solitário e faço muita música sozinho, em casa, mas tenho tido surpresas agradáveis em duetos, por isso é um bocado difícil. Eu costumo dizer que podem vir namoradas e tudo o mais, mas a música vai sempre ficar. Eu hei de fazer música para sempre, seja com mais ou menos amigos.

Falando em namoradas... Imagina que ias casar. Quem seria o eleito(a) para atuar no teu casamento?

A: Ui, não sei. Sabes que é um bocado parvo, mas eu não gosto de música ao vivo quando é fora de concertos. Odeio ir a um restaurante onde há música ao vivo, por exemplo. É que eu tenho um problema! Posso estar num elevador a falar contigo, mas começa a tocar a musiquinha e a minha antena gira logo para lá. Eu não consigo ouvir música ambiente, isso para mim não existe. Tal como as pessoas param para ouvir um filme ou uma peça de teatro, eu paro para ouvir música. Não consigo entrar na onda de ir a um jantar com música a tocar que fico logo atento à música e não ligo ao resto. Desta forma, acho que não ia chamar ninguém de especial.

Ainda ficavam ofendidos contigo!

A: Exato (risos).

Qual a tua pior experiência profissional?

A: Não sei, mas provavelmente tudo o que tenha sido dos 20 anos para trás. Tive uma fase mais maluca e existem momentos até gravados onde me vejo a rir por estar a cantar e olhar para o público quando estão coisas estranhas a acontecer. Mas já passou, isso é que interessa!(Risos)

Que personagem de ficção serias? 

A: Essas perguntas... É complicado... Sendo que eu gosto mais da Marvel do que da DC... Não sei, eu acho que era decididamente um vilão! Não ia ser o herói, digamos assim, mas não sei quem.

E que tal o novo Joker, embora seja da DC e o Jared Leto já se tenha apropriado do papel?

A: Olha, podia ser... Mas olha que era uma responsabilidade enorme, porque os anteriores foram o que foram e este agora também vai ser bom de certeza.

Fotografia: Ana Castro