Em declarações à Lusa no final da tarde de domingo, Sara Cunha, da organização, afirmou que o Amplifest estava “a correr muito bem”, tendo esgotado “praticamente quase na altura de abertura de portas [no sábado], o que é um sinal excelente no arranque de qualquer festival, [que] torna a coisa financeiramente já muito viável”.

No final de maio, o organizador e cofundador da Amplificasom André Mendes admitia que “se em 2014 não esgotou não [sabia] quando é que [ia] esgotar”, referindo-se à edição que contou com nomes como Yob, Swans, Wovenhand e Cult of Luna.

Questionada sobre a continuidade, em 2017, do festival que este ano trouxe Neurosis pela primeira vez em 30 anos a Portugal, Sara Cunha referiu que “a perspetiva ao fim de qualquer Amplifest acaba por ser a mesma”, ou seja, sem qualquer tipo de apoio como até aqui, o ponto de partida para o próximo é “a estaca zero”.

“Por vontade, queremos muito fazer outro. Se vai ser possível mais um ano depois de tanto tempo a organizar coisas sem qualquer tipo de apoio, neste momento não conseguimos dizer. Vamos ter que nos sentar, avaliar o que é está a correr bem e vamos pensar e tentar atacar a ideia de o trazer de uma outra perspetiva tentando procurar esse apoio”, disse Sara Cunha.

Por seu lado, numa conversa com a Lusa antes do concerto que encerrou a programação na sala principal do Hard Club, o vocalista e guitarrista de Neurosis Steve Von Till disse que a principal sensação que o preenche, perante a possibilidade de, passados 30 anos, ainda descobrir novos locais, é gratidão.

“Sinto-me muito grato e sortudo por ser capaz de viver uma vida onde posso ter este tipo de aventuras com os meus irmãos em que tudo está assente na coisa mais importante que é o facto de nos termos encontrado e criado este som original e intenso que nos ajuda a mantermo-nos sãos neste mundo”, disse o músico.

Sobre que mensagem tinha para os fãs que esperaram tanto tempo para ver a banda e o músico que hoje ainda vai atuar a solo no Porto, Von Till foi breve: “Esperámos 30 anos para chegar aqui, por isso estamos ansiosos.”

A sexta edição do Amplifest termina hoje, depois de múltiplos concertos na cidade, de artistas como Anna Von Hausswolff, Caspian, Mono, Névoa e Sinistro, entre muitos outros.