Os votos de pesar pela morte de Gil Mendo, um dos fundadores da Escola Superior de Dança (ESD) do Instituto Politécnico de Lisboa, e do Forum Dança, em 1990, foram apresentados pelos grupos municipais do PEV e do Livre, expressando as mais sentidas condolências à família e amigos, tendo sido realizado um minuto de silêncio em memória do professor e programador da área da dança.

“A história da dança em Portugal não se pode escrever sem que o nome e a memória de Gil Mendo sejam recordados”, lê-se no voto de pesar do PEV, em que se realça o “papel ativo” na dinamização das artes do espetáculo, incluindo em redes internacionais, nomeadamente como membro do comité executivo do ‘Informal European Theatre Meeting’ (IETM).

O partido Livre assinala os traços de “serenidade, discrição, curiosidade, generosidade, espírito de missão, sentido pedagógico” destacados na personalidade e na postura de Gil Mendo, lembrando-o como “uma das figuras mais reconhecidas e estimadas no universo da dança em Portugal, para sempre ligado à memória e à história da Escola Superior de Dança”.

“Em 1990, funda o Fórum Dança, outro dos projetos mais relevantes na afirmação nacional e no reconhecimento internacional da denominada Nova Dança Portuguesa, cuja missão se tem vindo a traduzir, essencialmente, na promoção das práticas da dança através da formação profissional e artística, da investigação, da edição e da documentação”, salienta o grupo municipal do Livre.

Gil Mendo morreu na quarta-feira, em Lisboa, aos 76 anos, vítima de doença oncológica.

Os deputados municipais aprovaram ainda, também por unanimidade, outros dois votos de pesar, um pelo falecimento do arqueólogo e investigador João Carlos Senna-Martínez e outro pela morte do pintor Jorge Santos.

Apresentado pelo PEV, o voto de pesar pelo falecimento de João Carlos Senna-Martínez, recorda o percurso do arqueólogo, que foi professor associado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e investigador integrado do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (Uniarq).

“Senna-Martínez procurou sempre ser um ativo promotor de uma ‘Ciência Cidadã’, pelo que, recentemente, desenvolvia trabalhos de campo entre as regiões de Macedo de Cavaleiros e Nelas, nos distritos de Bragança e Viseu, com projetos e publicações académicas em periódicos e monografias locais”, refere o PEV.

O arqueólogo e investigador João Carlos Senna-Martínez, professor aposentado, mas ainda dedicado a vários projetos no interior do país, morreu no dia 20 de março, em Lisboa, aos 74 anos.

Também apresentado pelo PEV, o voto de pesar pela morte de Jorge Santos, que nasceu em Silves, em 1974, mas que vivia e trabalhava em Lisboa, realça o percurso do pintor “reconhecido como um dos mais talentosos artistas da sua geração”.

“O seu percurso artístico passou pela pintura, escultura, vídeo, fotografia e gravura, tendo o seu trabalho sido exposto em diversas coleções públicas e privadas, nacionais e internacionais, como as da Fundação Calouste Gulbenkian, da Fundação PLMJ, da Fundação Carmona e Costa, na giefarte – Galeria de Arte, ou do MAAT, onde vinha desenvolvendo um projeto de instalação de azulejos”, refere o PEV, indicando que o pintor apresentou trabalhos não apenas em Portugal, como em vários países, entre os quais Reino Unido, França, Espanha e Brasil.

Jorge Santos faleceu aos 48 anos, no dia 25 de março, de forma súbita e inesperadamente, em Lisboa, onde morava.