"Fiquei doente ao vê-lo ser torturado assim", realçou o músico na sua primeira entrevista desde que ganhou o Prémio Nobel de Literatura, em 2016, citado pela agência EFE.

E acrescentou: “Isto vai para além do horror. Espero que em breve seja feita justiça para a família de Floyd e para o país".

Aos 79 anos, a lenda do folk, conhecido por músicas como ‘Hurricane’ (1976), onde denuncia violência policial contra a minoria negra, prepara-se para lançar na próxima sexta-feira o seu primeiro álbum de músicas originais em oito anos, com o nome ‘Rough and Rowdy Days’.

No final de março, quando a pandemia começou a atingir os Estados Unidos, Bod Dylan lançou a sua primeira música em oito anos, ‘Murder Most Foul’, uma balada de 17 minutos dedicada ao assassinato do Presidente americano John F. Kennedy.

Na entrevista publicada hoje, que foi realizada por telefone desde sua casa em Malibu, na Califórnia, Bob Dylan mostrou-se pessimista sobre o futuro do mundo e as consequências da pandemia de covid-19.

"Uma arrogância extrema pode levar a efeitos desastrosos. Talvez estejamos à beira da aniquilação", destacou, deixando de lado qualquer noção de aviso "bíblico".

O músico disse ainda que não está a pensar na sua própria morte.

"Estou a pensar na morte da raça humana", explicou, acrescentando: “O longo e estranho périplo do macaco nu (...) Qualquer ser humano, por mais forte e poderoso que seja, é frágil diante da morte. Penso em termos gerais, não pessoais".

Antes da pandemia, Bob Dylan apresentava-se regularmente em palco e tinha planeado uma série de concertos em abril no Japão e Estados Unidos, que foram todos cancelados.

George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.

Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.

Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.

Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.

A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.

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