"Como organização e como empresa, a nossa ‘expertise' é fazer eventos. Não temos qualquer tipo de ‘expertise' no campo da medicina. Portanto, vamos aguardar todas as indicações da saúde pública e tomaremos a 100% todas as medidas que nos forem aconselhadas a tomar. Nós, enquanto festival, vamos obedecer a tudo aquilo que são as diretivas que vierem de quem manda, de quem pode e de quem sabe", afirmou Alfredo Vasconcelos, da organização do Boom.

Este responsável falava na Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, durante a sessão de apresentação do Boom Festival 2020, que vai decorrer entre os dias 28 de julho e 4 de agosto.

"Até lá, é aguardar serenamente e perceber junto das pessoas da saúde pública, se de facto for muito desestabilizador, perceber se há nacionalidades que não convém ter no festival ou se haverá algumas outras que terão que aguardar no seu país de origem até nova resolução. É como digo. Estou relativamente sereno", sustentou.

Alfredo Vasconcelos adiantou ainda que o Boom Festival está, desde o seu início, muito ligado às questões de saúde pública, tendo inclusivamente em permanência um epidemiologista.

Alfredo Vasconcelos lembrou que os bilhetes para a edição deste ano do festival esgotaram em 90 minutos, sendo que são esperados festivaleiros de cerca de 150 países.

O Boom Festival limitou a presença de pessoas a 40 mil, sendo que este ano os objetos ou recipientes de plástico foram completamente abolidos.

"Em 2020, foi abolido qualquer tipo de recipiente de plástico e 85% das refeições são, obrigatoriamente vegetarianas. A carne consumida no festival será exclusivamente local e biológica", frisou.

Este responsável realçou ainda que nas primeiras 48 horas, 95% do público está dentro do recinto do Boom Festival.

Contudo, visto que cerca de 20% do público se dirige para Idanha-a-Nova e fica por ali à espera de poder entrar para a ‘Boomland', a organização, em conjunto com a autarquia local, criou as condições para que os participantes possam esperar pela abertura oficial no Monte Trigo, com todas as devidas condições.

Alfredo Vasconcelos deixou ainda a garantia de que na próxima década estarão em Idanha-a-Nova: "Gostamos de pensar a longo prazo e estamos associados aos objetivos de Idanha-a-Nova. O Boom e Idanha são um só".

O Covid-19, detetado em dezembro na China e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.858 mortos e infetou mais de 83 mil pessoas, de acordo com dados reportados por meia centena de países e territórios.

Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram.

Além de 2.788 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.

Dois portugueses tripulantes de um navio de cruzeiros encontram-se hospitalizados no Japão, um dos quais com confirmação de infeção e o outro por indícios relacionados com o novo coronavírus.

A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) registou 52 casos suspeitos de infeção.

Segundo a DGS, o risco para a saúde pública em Portugal mantém-se “moderado a elevado”.