O magistrado Raul Araújo aceitou, no sábado, um pedido do Partido Liberal (PL) - ao qual Bolsonaro se afiliou em novembro - no qual se denunciava como propaganda irregular as críticas de dois artistas ao presidente e o apoio ao seu possível rival nas eleições de outubro, o ex-presidente Lula (PT), durante o festival de Lollapalooza que terminou no domingo.

A cantora drag queen Pabllo Vittar também levantou uma bandeira com o rosto de Lula.

"Considerando que o pedido de desistência foi devidamente formalizado, (...) o homólogo (...) revogando a liminar", determinou Araújo na segunda-feira à noite.

A aceitação do TSE do pedido do PL, fundamentado na suposta irregularidade pela "propaganda política e eleitoral antecipada" gerou polémica em todo o país e um debate sobre a censura e a liberdade de expressão.

Vários artistas brasileiros protestaram contra a decisão, como a cantora pop Anitta e o cantor de MPB Caetano Veloso, que classificou como "revoltante" que haja uma "sugestão de punição a um festival de música porque um artista manifestou sua opinião política".

Araújo decidiu a favor do PL ao entender que a organização do evento "promovia propaganda política ostensiva estimulando os artistas" a manifestarem-se politicamente, ressaltando que os "artistas, individualmente" têm "a liberdade de expressão garantida".

Além disso, estabeleceu uma multa de 50.000 reais (cerca de 9500 euros) no caso de novas manifestações durante o festival.