O realizador Bryan Singer decidiu antecipar-se a um artigo da revista Esquire que acredita ser negativo e publicado antes da estreia do seu novo filme com o "objetivo de manchar uma carreira" que levou "25 anos" a construir.

Em mensagem publicada esta segunda-feira nas redes sociais, o cineasta de "Os Suspeitos do Costume" (1995) e "Valquíria" (2008), entre outros, além de quatro filmes da série "X-Men" e o ainda inédito "Bohemian Rhapsody" diz que o artigo irá "reaproveitar acusações falsas e processos judiciais adulterados".

"No atual clima, onde as carreiras das pessoas são prejudicadas por meras acusações, o que a Esquire está a tentar fazer é um negligente desrespeito pela verdade, fazendo suposições que são fictícias e irresponsáveis", escreveu no Instagram, relatando que amigos, colegas e "pessoas que nem sequer conheço" foram contactadas pela revista.

O artigo "foi convenientemente agendado com a estreia do meu filme, 'Bohemian Rhapsody'. Estou imensamente orgulhoso deste filme e do estúdio envolvido", acrescentou.

Embora mantenha o crédito, Singer foi despedido em dezembro do filme biográfico sobre Freddie Mercury, vocalista dos Queen.

As causas apontavas foram um "comportamento instável" e  "pouco profissional" que resultaram em ausências sistemáticas da rodagem.

No mesmo mês e no que foi visto como mais uma revelação do movimento #MeToo, negou categoricamente a acusação de ter abusado sexualmente um jovem de 17 anos em 2003, atacando-o num iate, prometendo que se irá defender em tribunal até às últimas consequências.

Em abril de 2014, outros dois jovens acusaram o realizador de violação e de os ter forçado a consumir cocaína, mas acabaram por retirar voluntariamente as queixas, tendo o advogado que os representada sido forçado a pedir desculpa pela ação de um deles, que em 2015 se declarou culpado num caso diferente de fraude.

Em setembro, no que o The Hollywood Reporter (THR) descreveu como "um passo na reabilitação da imagem", Bryan Singer foi escolhido para levar ao cinema nova versão de "Red Sonja", que é um "spinoff" da banda desenhada "Conan, o Bárbaro".

O estúdio que o contratou justificou a decisão porque "nenhuma das acusações parece ter credibilidade".