Nove mulheres, a maioria delas de forma anónima, acusaram Alain Sarde, um importante produtor de cinema francês, de tê-las violado ou agredido sexualmente quando eram menores de idade ou jovens atrizes, segundo um artigo publicado na revista feminina Elle na segunda-feira, na véspera do Festival de Cannes.

Os crimes, que também incluem uma tentativa de proxenetismo, remontam, na sua maioria, às décadas de 1980 e 1990 e não foram objeto de denúncias, segundo a revista.

Uma atriz "de séries de televisão dos anos 1990-2000", que relatou o ocorrido sob o pseudónimo de "Elsa", contou como o produtor, agora com 72 anos, a teria alegadamente violado quando ela tinha 15 anos, em 1985, sob o pretexto de uma reunião profissional para um papel no seu apartamento no oitavo distrito de Paris.

Outras mulheres, cujos nomes foram modificados, denunciaram violações ou tentativas de violação.

Atrizes que afirmaram ter visto as suas carreiras paralisadas abruptamente e não ter recebido apoio de parte dos seus agentes, em quem confiaram no momento, descrevem um 'modus operandi' similar: convites por parte do produtor, tentativas de sedução, presentes com bombons e ato seguido à agressão.

A advogada do produtor, Jacqueline Laffont, não respondeu às perguntas da France-Presse até o momento.

A Elle, a advogada nega categoricamente estas acusações "falsas" e assegura que Sarde afirma que "nunca usou da menor violência, pelo contrário, nas suas relações com as mulheres o consentimento sempre foi primordial para ele", acrescentou.

Sarde é um nome prestigiado do cinema francês, produtor de cerca de 200 filmes, recorda o artigo da Elle.