(*) Notícia atualizada às 16h45 com o tempo de sentença.

O realizador Kirill Serebrennikov, figura de vanguarda do meio artístico russo, foi considerado culpado de fraude, esta sexta-feira (26), por um tribunal de Moscovo num caso controverso.

"Serebrennikov (e seus coacusados), Itine, Malobrodski cometeram uma fraude [...] de uma amplitude particularmente importante", diz a sentença lida pela juíza.

"A reabilitação de Serebrennikov é possível sem pena real", acrescentou a juíza, que o condenou a três anos de pena suspensa.

"Sem comentários", limitou-se a declarar o cineasta, após a leitura da sentença.

Ele não poderá dirigir nenhum órgão cultural durante esse período e terá de pagar uma multa.

A acusação exigia seis anos de prisão.

Serebrennikov estava a ser julgado por acusações de desvio de recursos públicos: 133 milhões de rublos [1,7 milhão de euros] destinadas ao seu teatro em Moscovo através de um sistema de orçamentos e contas sobrefaturadas, que ele desmentiu.

O realizador de cinema e teatro esteve em prisão domiciliária entre agosto de 2017 e abril de 2019.

Para os seus partidários, paga o preço pela sua liberdade de criação e obras frequentemente ousadas, que misturam política, sexualidade e religião, num país onde as autoridades promovem os valores tradicionais e conservadores.

A detenção impediu que Kirill Serebrennikov viajasse em maio de 2018 ao Festival de Cannes, onde o seu filme "Leto" foi exibido na mostra oficial.

Também não acompanhou em dezembro de 2017 a estreia do ballet "Nureyev", dedicado ao bailarino soviético que pediu asilo no Ocidente, montado no teatro Bolshoi. O espetáculo também provocou polémica e a estreia foi adiada seis meses.

Em 2012, Kirill Serebrennikov foi nomeado diretor do Centro Gogol, que transformou num dos locais mais importantes da cultura contemporânea de Moscovo.

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