A peça - que já fora apresentada em Ponte de Sor e Alter do Chão e que, em junho último, esteve em cena no Teatro do Bairro, em Lisboa - tem encenação e interpretação de Maria João Luís e é uma produção do Teatro da Terra, em colaboração com a Ar de Filmes.

“Ermelinda do rio” é, segundo a produção “um poema narrativo” que se confronta com a dimensão da tragédia ocorrida em 26 de novembro de 1967 nas zonas baixas da península de Lisboa através dos olhos de uma criança e da sua mãe que sobreviveram ao desaparecimento da família e amigos.

A realidade das cheias de 26 de novembro de 1967 – que causaram 700 mortes, mas que a ditadura tudo fez para ocultar os factos – foi vivida pela atriz Maria João Luís. Na altura, tinha quatro anos e vivia com a mãe e o irmão numa zona alta de Alhandra.

Ao fim de 50 anos, 45 após a queda da ditadura que tudo fez para ocultar os factos da época, prevalece porém "uma história mal contada da maior catástrofe natural [em Portugal], desde o terramoto de 1755", lê-se na apresentação da peça.

“Ermelinda do rio” tem música ao vivo de José Peixoto, interpretada por Miguel Leiria Pereira, Sofia Pires e Sofia Queiroz Orê-Ibir. A cenografia é de José Carretas, com desenho de luz de Pedro Domingos. A fotografia de cena é de Vitorino Coragem.

No dia 30, a peça estará em cena o Ateneu Artístico Vilafranquense, em Vila Franca de Xira, e, no dia 20 de dezembro, no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal.