“Picasso agarrado pelo rabo”, sobre o universo do artista espanhol Pablo Picasso, é uma criação de Teresa Gafeira e do artista plástico Pedro Proença, que também assina a cenografia e os figurinos.

A partir do imaginário “fabuloso de uma das figuras mais emblemática da cultura”, a CTA construiu uma peça para “chamar a atenção para os modos de apropriar/reciclar formas, temas, objetos e materiais, e de enfatizar as capacidades criativas inerentes a cada ser humano”, escreve a companhia na apresentação da peça.

O espetáculo, que se baseia na obra plástica do artista, em peças de teatro que escreveu e encenou, assim como na sua poesia, está cheio de “elementos lúdicos, metamórficos” com um lado “'clownesco' e um grande apetite vitalista”.

Uma seleção da sua poesia foi publicada em 1961, organizada por Camilo José Cela, sob o título “Trozo de piel”. Em 1979, a francesa Gallimard fez uma edição completa da obra poética em “Picasso écrite”.

No teatro, Picasso assinou as peças "Le désir attrapé par la queue” (“O desejo apanhado pelo rabo”, 1941), “Les quatre petites filles” (“As quatro meninas”, 1947), e “L’enterrement du comte d’Orgaz” (“O enterro do conde de Orgaz”, 1950).

“Na obra teatral de Picasso, por exemplo, partes do corpo, objetos, legumes ou emoções (como a Angústia Gorda/Angústia Magra) são personificados e investidos de atividade dramatúrgica”, escreve a CTA assegunrando tratar-se de exemplos de que o espetáculo se servirá.

Estes elementos serão articulados "com universos sonoros da época”, como a música de Erik Satie, Igor Stravinsky e outros compositores da época, assim como com músicas populares espanholas e de etnia cigana.

A ideia é “enfatizar os contrastes entre o espaço mágico e a crueza dos objetos, a 'joie de vivre' e a vivência como luta de formas, por vezes cruel, as dificuldades da vida e o prazer criativo de lhes encontrar soluções”, escreve Pedro Proença a propósito da peça, no 'dossier' de apresentação.

“Picasso agarrado pelo rabo” estará em cena na sala de ensaios do Teatro Municipal Joaquim Benite, até 17 de dezembro, com sessões aos sábados e feriados, às 16:00, e, aos domingos, às 11h00 e às 15h00.

Terá também sessões especiais para escolas, nos dias úteis, mediante marcação.

A peça tem movimento de Cláudia Nóvoa, e luz de José Carlos Nascimento.

A interpretar vão estar Bruno Realista, Diana Vaz, João Farraia, João Maionde e Pedro Walter.