“Face à proibição da realização de grandes eventos na Alemanha, no contexto da atual crise pandémica, a Direção da Feira do Livro de Leipzig cancelou a edição de 2021 daquela importante Feira”, afirma o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, colaborador na organização no âmbito da participação portuguesa.

A edição deste ano da Feira do Livro de Leipzig tinha sido marcada para os dias 27 a 30 de maio, depois do cancelamento da edição de 2020.

De acordo com o Camões Instituto, este ano foi igualmente cancelado o Festival Literário que deveria decorrer em paralelo, “Leipzig Lê”, mas em contrapartida, serão publicados mais autores portugueses na Alemanha, fruto dos programas de apoio à edição e tradução.

“É com grande tristeza e um coração pesado que devemos informar que a Feira do Livro de Leipzig deste ano, agendada para 27 a 30 de maio, não acontecerá. A atual pandemia causada pelo coronavírus [SARS-CoV-2], as atuais medidas e restrições às viagens, bem como a incerteza de planeamento associada aos expositores e participantes no programa, tornam impossível a realização de um evento desta magnitude”, informa a página oficial do evento.

Apesar do cancelamento, as instituições portuguesas e alemãs envolvidas mantêm o diálogo, tendo em vista identificar outras formas de colaboração, que permitam concretizar o objetivo comum de promover o livro e a leitura.

O instituto Camões sublinha, contudo, que “2021 não deixará de constituir um ano especial na Alemanha para os autores e para a literatura em língua portuguesa”, graças aos programas de apoio à edição e tradução que promoveu com a Direção-Geral do Livro dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB).

Desta iniciativa conjunta deverá resultar a publicação de mais de 50 obras de autores de língua portuguesa, traduzidos para alemão.

Apesar da pandemia que atravessa o mundo, a cidade alemã de Leipzig preparou a edição da feira do livro, prevista para este ano e que teria Portugal como país convidado, com vontade de se abrir a uma nova geração de escritores.

Em novembro do ano passado, já era possível encontrar em destaque nas livrarias obras de José Saramago e de António Lobo Antunes, com a promessa da chegada de outros autores portugueses nos meses seguintes.

Traduzir e fazer chegar mais títulos de autores de língua portuguesa a este e a outros espaços de leitura, na Alemanha, era um dos principais objetivos da participação de Portugal como país convidado na Feira Internacional do Livro de Leipzig, em 2021, mas não estava a ser fácil, apurou na altura, uma reportagem da Lusa no local.

Em causa estavam as medidas de contingência impostas para travar a COVID-19 e a incerteza quanto à forma e ao ritmo a que a pandemia iria evoluir.

Certo é que a edição de 2020 daquela que é a segunda maior feira do livro do país e uma das mais importantes da Europa já tinha sido cancelada por esse motivo, e a de 2021, inicialmente prevista para decorrer entre 18 e 21 de março, teve de ser adiada para final de maio, com o objetivo de aumentar as possibilidades de uma feira presencial.

Com uma tradição de mais de 500 anos, a Feira do Livro de Leipzig escrevia uma nova página na sua história, com a necessidade de “desenhar toda uma feira sob condições impostas pela pandemia”, disse na altura o seu diretor, Oliver Zille, antevendo já que a pandemia de COVID-19 iria, “inevitavelmente, afetar a estrutura da próxima Feira do Livro de Leipzig”.

O que é facto é que não só afetou a sua estrutura, como afetou a sua realização, tendo obrigado, pela segunda vez (e segundo ano consecutivo) ao seu cancelamento.

Nas últimas 24 horas morreram na Alemanha 839 pessoas de COVID-19 e registaram-se 14.022 novas infeções, de acordo com os números oficiais hoje divulgados.

No total da Alemanha, registam-se 2.192.850 casos de infeção por SARS CoV-2, e a morte de 55.752 pessoas, desde o início da pandemia.

Segundo os dados oficiais mais recentes, a pandemia de COVID-19 já provocou, pelo menos, a morte de 2.191.865 pessoas, e todo o mundo, resultantes de mais de 101 milhões de casos de infeção a nível global.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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