O festival é organizado pela câmara municipal daquele concelho do distrito de Aveiro e reparte-se entre o Cineteatro António Lamoso e o Imaginarius Centro de Criação. Ao longo dos dois dias do evento, essas salas irão acolher não só as performances de 15 coreógrafos portugueses e espanhóis, mas também oficinas, ‘jams’ de dança e visitas guiadas aos bastidores do Cineteatro, para "uma aproximação à realidade do ‘backstage' na construção de um espetáculo" nesse género artístico.

A descrição é do vereador da Cultura na Câmara Municipal da Feira, Gil Ferreira, que enquadra o Loop numa estratégia de desenvolvimento de públicos que, tendo "foco permanente nas novas gerações", justifica que a cultura urbana, nas suas mais variadas disciplinas artísticas, seja "uma aposta prioritária".

Em declarações à Lusa, o autarca explica: "Considerando que Santa Maria da Feira tem sido um viveiro profícuo das danças urbanas, quer pelos artistas locais que se tornaram referência nacional e internacional, quer pelo expressivo número de escolas, grupos e estruturas associativas que aqui as praticam, faz todo o sentido que o primeiro festival que transpôs esse género da rua para o palco continue a acontecer anualmente no nosso território".

Para Gil Ferreira, realizar o Loop e dar palco aos 35 bailarinos, músicos e outros intérpretes envolvidos no festival é assim "apoiar os artistas emergentes e a nova criação e, por conseguinte, liderar hoje o gosto e as tendências do amanhã".

É nesse contexto, aliás, que a terceira edição do festival passa também a incluir a "Loop Box", que, aludindo ao formato "blackbox" de uma sala-estúdio, pretende funcionar como "um espaço de apresentação de primeiros trabalhos e experiências", e promover a multiplicidade artística e cultural em linguagens como o ‘locking’, ‘swing’, ‘house dance’, ‘breaking’, ‘waacking’, hip-hop e teatro.

Pelo Loop passarão assim no sábado sete novos valores da dança urbana, entre os quais o português Caco Lebre com "3065" e as duplas espanholas de Martín Rodriguez e Alba Bernal com "Swayin'", Jana Cobas e Nacho García com "En Vivo" e a designada "Elahood" com "Impermeable". Outras performances de coreógrafos e bailarinos emergentes são "Expatriada" de Joana Cruz, "Textures" de Flávia Moreira e "Redor" de Maria Antunes.

Após uma sessão de improviso com música ao vivo, a programação do sábado completa-se com outras quatro produções por criadores já afirmados, a partir das 22:00. A primeira será "Ancestralidade", de Lúcia Afonso, após o que se segue em palco "Rubble King" por Duarte Valadares, "Música e Movimento" por Max Oliveira e ainda "Blue Monday", que Héctor Plaza e Agnés Sales estreiam em Portugal após o lançamento dessa coreografia na última edição do Hop Festival & Breakin' Convention.

As oficinas, por sua vez, decorrem nas manhãs de sábado e domingo, sob a direção de Maria Antunes, da dupla de Hector Plaza e Agnés Sales, e também pela Helahood.

Após alterações ao programa inicialmente divulgado devido a impedimentos logísticos imprevistos, os bilhetes para as atuações propriamente ditas continuam disponíveis ao preço de oito euros. O acesso às performances da Loop Box é gratuito e a participação nas oficinas tem um custo de 30 euros.