"Ao concebermos e organizarmos esta exposição pensámos sobretudo na oportunidade de trazer uma nova perspetiva crítica sobre a cítara portuguesa", afirma Pedro Caldeira Cabral num texto de apresentação de "O Som da Saudade - A Cítara Portuguesa".

A exposição apresenta 50 instrumentos, alguns com mais de 200 anos e que são mostrados pela primeira vez, oriundos de coleções públicas e privadas, como as do Museu do Fado e de Pedro Caldeira Cabral, do Museu Nacional da Música e do Museu Nacional de Etnologia.

Até 29 de setembro, a exposição pretende traçar uma história deste cordofone que, em Portugal, já teve várias designações, de cítola, no período medieval, a guitarra portuguesa, na atualidade.

"Na verdade, a mudança na designação do instrumento correspondeu à necessidade de revalorização social do mesmo, um fenómeno que ocorreu mais tarde em Portugal com a rabeca que passou a ser designada oficialmente por Violino ou, já na década de 1950, com o violão ou viola francesa, renomeada guitarra clássica", lê-se no catálogo que acompanha a exposição.

Pedro Caldeira Cabral, colecionador e estudioso deste instrumento, recorda que a cítara portuguesa foi "quase sempre olhada como instrumento subsidiário da prática musical específica do Fado" e raramente "encarada como objeto de arte e repositório de artes aplicadas e saberes múltiplos".

No percurso expositivo é possível perceber as diferenças físicas de cada um dos cordofones, influenciados pela época em que subsistiram, pela dimensão, pela madeira nobre, leve ou robusta utilizada para a construção, pelas famílias de construtores, pela tipologia de ornamentos e estilizações.

No mesmo catálogo produzido, a diretora do Museu do Fado, Sara Pereira, sublinha que a exposição reúne "informação histórica sem precedentes", um estudo organológico e "uma reflexão crítica sobre o percurso evolutivo, a decoração, os acessórios, a iconografia".

Pedro Caldeira Cabral juntou ainda um "extenso inventário dos Violeiros Portugueses do século XV ao início do século XX resgatando, de um longo anonimato, muitos daqueles que construíram a história da guitarra portuguesa".

Na exposição estão ainda instrumentos cedidos pelo Museu da Música Portuguesa – Casa Verdades de Faria, do Museu Carlos Machado e das coleções privadas de André Boita, José Aurélio e Fernando Camelo.

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