Os Eagles of Death Metal, grupo norte-americano que atuou na casa de espetáculos Bataclan na noite de 13 de novembro, volta esta terça-feira, 16 fevereiro, aos palcos de Paris com um concerto para o qual foram convidados os sobreviventes do atentado e os familiares das vítimas.

Apesar das fortes medidas de segurança previstas e do anúncio da presença de psicólogos, o vocalista da banda Jesse Hughes disse que será um espetáculo de rock normal. "Para mim, o rock'n'roll sempre foi algo divertido. Não vou deixar que ninguém me tire isso", sublinha.

"Mas tenho medo, realmente tenho medo", admite, com lágrimas nos olhos. "Espero ser capaz de entrar no palco e ser mais forte do que estou a ser agora. Não quero desabar diante de toda a gente, não quero decepcionar ninguém, é o que me dá mais medo", explica, acrescentando que nunca foi abandonado pelo fãs.

Hughes também recorda um dos momentos mais estranhos durante o tiroteio. "Estava a fugir para me salvar para um rua e vi uma pessoa ao meu lado, que tinha dificuldades para andar. Sangrava muito nas costas, não sei o que aconteceu depois. Mas lembro-me o que ela me disse: Francamente, teu último concerto foi muito melhor"."É preciso ser incrivelmente corajoso para fazer uma piada assim. É o exemplo que tentarei seguir", acrescenta.

A banda regressou aos palcos no passado sábado, 13 de fevereiro, depois de ter interrompido a digressão devido aos atentados que mataram 130 pessoas em Paris, 90 deles na casa de espetáculos onde atuavam os Eagles of Death Metal.

"Há pessoas que consideram isto importante, faz parte do processo de reconstrução, mas também há muita gente para quem é muito cedo ou que ainda não está em condições", avaliou Alexis, membro da associação "Life for Paris", que presta apoio aos sobreviventes.

Clotilde, que sobreviveu aos ataques no Bataclan, decidiu não ir, apesar de ter recebido um convite. Ainda abalada, diz que está assustada com o importante dispositivo de segurança.

Para Carole Damiani, psicóloga e diretora da associação "Paris ajuda as
vítimas", os sobreviventes, muitos dos quais não foram a nenhum outro espetáculo desde novembro, podem reviver o trauma do fatídico dia e ter reações inesperadas. "Para os ajudar, uma equipa de 30 pessoas, incluindo psicólogos, estará no local durante toda a noite", afirma a psicóloga.

Como aconteceu no Bataclan, a dupla austríaca White Miles vai fazer a primeira parte do concerto.

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