A atriz francesa Emmanuelle Béart foi vítima de incesto quando era criança, segundo a revelação que faz num documentário apresentado na terça-feira, sem identificar o seu agressor.
Béart, que atuou em dezenas de filmes e produções de TV nos últimos 50 anos, é a correalizadora do documentário que foi exibido em conferência de imprensa antes da exibição agendada para 24 de setembro no canal M6.
A atriz é famosa na França há décadas graças às atuações em “Manon das Nascentes" (1986), "Les enfants du désordre" (1989), "A Bela Impertinente" (1991), "Não Dou Beijos" (1991), “Um Coração no Inverno" (1992), “Nelly & Monsieur Arnaud" (1995), "Destinos Sentimentais" (2000) e "Nathalie" (2003), e alcançou o público internacional com papéis em "Missão Impossível" (1996) e "Oito Mulheres" (2002).
O agressor não era o seu pai, Guy Beart, disse a correalizadora Anastasia Mikova aos jornalistas.
Falando pela atriz, que não estava presente, Mikova disse que Béart não quis revelar o nome do seu agressor porque essa não é “a abordagem do filme”. O incesto começou quando Béart tinha 10 anos e continuou até os 14, notou.
O documentário, denominado "Tal silêncio retumbante", inclui as histórias de quatro vítimas de incesto, bem como a contribuição do próprio Béart.
Numa mensagem em vídeo na conferência de imprensa de terça-feira, Béart disse que, inicialmente, não queria falar sobre si mesma, apenas sobre outras vítimas de incesto.
“Mas a honestidade e a coragem deles também me fizeram querer falar abertamente”, disse.
No documentário, a sua voz é ouvida fora do ecrã, dirigindo-se ao agressor: “Como o meu pai, a minha mãe e os meus amigos não perceberam nada, poderias fazer isto de novo, e fizeste, ao longo de quatro anos”.
Ela foi “salva” pela avó, disse Béart.
Cerca de 160 mil crianças são vítimas de violência sexual todos os anos em França e 5,5 milhões de adultos franceses sofreram abuso sexual durante a infância, de acordo com Ciivise, uma comissão criada pelo governo para a proteção das vítimas de abuso sexual.
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