O programa divide-se em propostas para palcos convencionais, para o espaço público, em parceria com o Balleteatro no evento “Corpo + Cidade”, e um programa formativo.
Este ano, a organização do festival decidiu juntar-se também ao Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI), que arranca imediatamente após o fim do DDD, com uma semana pelo meio, intitulada “+”, e 66 espetáculos ao longo de 32 dias para a junção dos dois eventos.
Neste programa intermédio, de 8 a 12 de maio, vão apresentar-se dez espetáculos de dança e outros dez de teatro, com dezenas de programadores internacionais convidados a assistir, em mais um ponto de ligação entre os dois, para lá do Brasil em foco.
“O DDD e o FITEI já iam dar um foco a artistas brasileiros, mas foi uma coincidência que depois foi sendo alimentada com as discussões que eu e o Gonçalo [Amorim, diretor do FITEI] fomos tendo", explicou o diretor artístico do DDD, Tiago Guedes, aquando da apresentação do programa aos jornalistas.
"A urgência de apresentar artistas brasileiros é uma evidência, e isso não passaria ao lado. É um enorme prazer, mas também uma enorme responsabilidade, trazer estes artistas ao Porto”, prosseguiu o programador e coreógrafo.
Uma criação coletiva cuja direção ficou a cargo de Felipe de Assis, Leonardo França e Rita Aquino, “Looping: Bahia Overdub” deixa o público em pé para assistir a uma peça para maiores de 18 anos, no grande auditório do Teatro Municipal Rivoli, pelas 22:00 de quarta-feira.
“É um espetáculo que emerge do encontro entre pensamento sonoro e pensamento coreográfico. Constitui um estudo do tempo: repetição e acumulação”, pode ler-se na sinopse divulgada pelo festival.
No dia 25 de abril, Clara Andermatt junta-se a um colaborador de longa data, o pianista e compositor João Lucas, para mostrar no Auditório Municipal de Gaia “Parece que o Mundo”, peça inspirada em “Palomar”, do italiano Italo Calvino (1923-1985).
Os primeiros dias do certame mostram ainda a estreia nacional de “A Invenção da Maldade”, dos brasileiros Demolition Incorporada, de Marcelo Evelin, na quinta e sexta-feira, no Teatro Campo Alegre, ou “Lento e Largo”, da dupla Jonas Lopes e Lander Patrick, no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, na sexta-feira.
O primeiro fim de semana inclui ainda a estreia da jovem Ana Isabel Castro, com “Marengo”, apresentada sábado e domingo na Mala Voadora, mas o destaque é a estreia nacional de “Une Maison”, espetáculo sobre “uma casa como um espaço para reunir o que está fragmentado” do francês Christian Rizzo.
A coreografia de Rizzo, para 14 intérpretes, sobe ao palco no sábado, no Rivoli, no mesmo dia em que o tailandês Pichet Klunchun e o taiwanês Wu-Kang Chen apresentam “Behalf” no Palácio do Bolhão, com nova récita no domingo, em estreia nacional.
No domingo, há espaço para “Avalanche”, do italiano Marco D’Agostin, na Fundação de Serralves, numa peça em que partilha o palco com Teresa Silva enquanto são “observados pelo olho de ciclope” numa dança “desesperadamente procurando um efeito”.
Até 7 de maio, o Dias da Dança traz ao Porto, Matosinhos e Gaia vários espetáculos internacionais e estreias de obras nacionais, como a peça brasileira “Acordo”, de Alice Ripoll, que passa pelas três cidades entre 01 e 05 de maio, num espetáculo de entrada livre.
O Brasil, um tema comum a DDD e a FITEI, é incluído num espaço denominado “Foco Brasil”, partilhado por ambos os festivais, e a dança contemporânea daquele país vem ao de cima em trabalhos como “Fúria”, de Lia Rodrigues, ou “Treasured in the dark”, de Thiago Granato.
De resto, há criações de Vera Mantero ou Tânia Carvalho, mas também de nomes mais jovens, como Ana Rita Teodoro ou Flávio Rodrigues, e espetáculos internacionais de maior envergadura.
“Ballet de Causa Única” junta, em 30 de abril, em Matosinhos, o coreógrafo austríaco Willi Dorner à Companhia Instável, num espetáculo com figurinos do ‘designer’ Estelita Mendonça, com a espanhola Amalia Fernández a apresentar, em 01 de maio, a performance “El resistente y delicado hilo musical”.
A Companhia de Dança da Ópera de Gotemburgo, a artista brasileira Linn da Quebrada e os chineses Tao Dance Theater são outros dos destaques da programação, que inclui um programa de formação, com oficinas, conferências e encontros, e uma série de apresentações no espaço público.
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