Na sequência da interrupção, a 16.ª edição do festival foi "reajustada" e vai "regressar ao convívio com o público e ao seu palco natural, o Alentejo", no fim de semana prolongado de 3, 4 e 5 de outubro, em Castelo de Vide, distrito de Portalegre, refere a organização do Terras sem Sombra, em comunicado enviado hoje à Lusa.
Segundo a organização, o festival também vai incluir passagens pelos concelhos de Ferreira do Alentejo, Viana do Alentejo, Vila Nova de Mil Fontes, Santiago do Cacém, Alter do Chão e Sines, onde deverá terminar no dia 13 de dezembro com uma ação de salvaguarda de biodiversidade.
O festival vai manter "a sua tríplice dimensão, com música, património e biodiversidade", mas irá adaptar os concertos e as ações "às normas e aos procedimentos que o momento delicado" de pandemia de COVID-19 "exige", e as participações nas atividades estarão sujeitas a inscrição prévia, refere a organização.
"O ansiado reencontro entre os artistas e o público é um motivo de esperança" e "algo que há muito esperamos e muito intensamente desejamos", disse à Lusa a diretora-executiva do Terras sem Sombra, Sara Fonseca, frisando que "o festival e os seus parceiros vão respeitar estritamente a legislação em vigor" devido à COVID-19.
"Contamos com a empatia e a serenidade do público para algumas pequenas adaptações, que certamente será necessário introduzir, mas que não comprometem o essencial do Terras sem Sombra", sublinhou Sara Fonseca.
Na vertente de música, a passagem do festival por Castelo de Vide vai incluir dois concertos: um, dos músicos António Eustáquio (guitolão) e Carlos Barretto (contrabaixo), no dia 3, na Fonte da Vila, no Largo Dr. José Frederico Laranjo; e, outro, do belga Utopia Ensemble, no dia 4, na igreja matriz de Nossa Senhora da Devesa, sempre a partir das 21:30.
Nas vertentes de património e salvaguarda da biodiversidade, a passagem do festival por Castelo de Vide vai incluir leituras no Jardim Mestre Ventura Porfírio, degustação de produtos regionais e atividades para crianças, no dia 3, a iniciativa "De Volta a Casa: Memórias Judaicas de Castelo de Vide", no dia 4, e o passeio "Um Alentejo Diferente: A Serra de São Mamede", no dia 5.
Na vertente de música, ainda em outubro, o festival vai incluir os concertos da soprano Andion Fernandez e do pianista Alberto Urroz, no dia 17, num lagar do concelho de Ferreira do Alentejo, e de La Ritirata, no dia 31, na igreja matriz de Nossa Senhora da Assunção, na vila de Viana do Alentejo.
Segue-se, em novembro, os concertos do ensemble checo Musica Florea, no dia 7, na igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Vila Nova de Milfontes, no concelho de Odemira, e do Smetana Trio, "o mais destacado ensemble camerístico da República Checa", no dia 21, na igreja matriz de Santiago Maior, em Santiago do Cacém.
Para dezembro estão previstos os concertos do grupo vocal de música portuguesa dos séculos XVI e XVII Os Cupertinos, no dia 5, na igreja do Convento de Santo António, em Alter do Chão, e do quarteto checo Clarinet Factory, no dia 12, no castelo de Sines.
Organizado pela associação Pedra Angular, o 16.º Terras Sem Sombra, com o título "Uma Breve Eternidade: Emoções e Comoções na Música Europeia (Séculos XII-XXI)", tem a República Checa como país convidado. Arrancou em janeiro e deveria ter decorrido até final do passado mês de julho, em 15 concelhos do Alentejo.
No entanto, devido à COVID-19, o festival foi interrompido depois de se terem realizado as iniciativas programadas para os meses de janeiro e fevereiro deste ano, nomeadamente ações em Praga, a capital da República Checa, e concertos e ações sobre património e salvaguarda da biodiversidade nos concelhos de Vidigueira, Barrancos, Mértola e Arraiolos.
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