Trata-se de um romance experimental modernista escrito por Guimarães Rosa, considerado um dos maiores escritores da língua portuguesa do século XX e, esta, uma obra essencial da literatura.

Esgotado há vários anos em Portugal, o romance passou agora a fazer parte do catálogo da Companhia das Letras e ganhou uma nova capa, que resulta da adaptação em bordado do avesso do “Manto da Apresentação”, do artista Arthur Bispo do Rosário, com os nomes das personagens da obra, revela a editora.

Publicado originalmente em 1956, “Grande Sertão: Veredas” revolucionou o cânone brasileiro e continua a despertar o interesse das novas gerações de leitores.

“Ao atribuir ao sertão mineiro a sua dimensão universal, a obra é um mergulho profundo na alma humana, capaz de retratar o amor, o sofrimento, a força, a violência e a alegria”.

A história passa-se no sertão brasileiro, numa área que se pensa corresponder a parte dos estados da Bahia e de Minas Gerais, sendo reais apenas alguns dos lugares citados e, a maioria, fruto da imaginação do autor.

O livro conta a história do jagunço Riobaldo, narrador-protagonista, recorrendo à estilização das peculiaridades das falas sertanejas, uma característica recorrente na obra de Guimarães Rosa, mas que neste romance atinge o seu auge.

O escritor reinventa a língua e eleva o sertão ao contexto da literatura universal, compondo o cenário de uma narrativa lírica e épica, uma lição de luta e valorização do homem, descreve a sinopse da edição de 2006, publicada pela Editora Nova Fronteira.

“Grande Sertão: Veredas” foi inicialmente pensado como uma das novelas do livro “Corpo de Baile”, lançado também em 1956, mas cresceu e ganhou autonomia, tendo-se tornado um dos mais importantes livros da literatura brasileira e lusófona.

De acordo com o catálogo da Biblioteca Nacional, “Grande Sertão: Veredas” esteve disponível nas livrarias portuguesas através das suas edições brasileiras, como a original da Livraria José Olympio e a mais tardia da Nova Fronteira.

Em 2014, a editora portuguesa A Bela e o Monstro, associada à recuperação e reimpressão de edições originais, publicou uma versão 'fac-simile' da primeira edição do romance.

João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, estado de Minas Gerais, em 1908.

Médico, diplomata e escritor, os seus contos e romances ambientam-se quase todos no chamado sertão brasileiro.

A sua obra destaca-se, sobretudo, pelas inovações linguísticas, sendo marcada pela influência de falares populares e regionais que, somados à erudição do autor, permitiram a criação de inúmeros vocábulos a partir de arcaísmos e palavras populares, invenções e intervenções semânticas e sintáticas.

Em 1963, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.

Morreu em 1967, no Rio de Janeiro.

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